》Aprovação de Trump continua em queda livre nos Estados Unidos – Expresso Noticias

Vamos ao assunto:

A popularidade do presidente Donald Trump despencou para 40% de aprovação, segundo pesquisa da Quinnipiac University divulgada em 16 de julho, marcando uma trajetória descendente que começou em janeiro com 46% e agora atinge um dos piores índices de sua administração. Os dados revelam um cenário de crescente descontentamento com as políticas controversas e decisões polêmicas que têm caracterizado os primeiros meses de seu segundo mandato.

O gráfico acima ilustra de forma clara a trajetória descendente da aprovação presidencial ao longo dos primeiros sete meses de 2025. A queda de seis pontos percentuais desde janeiro (de 46% para 40%) coincide com o aumento constante da desaprovação, que saltou de 43% para 54% no mesmo período, evidenciando uma polarização crescente e o desgaste político da administração.

A desaprovação presidencial atingiu 54%, refletindo o impacto negativo de uma série de crises que se acumulam na Casa Branca. Entre os temas específicos avaliados, as deportações registram o pior desempenho, com apenas 38% de aprovação contra 59% de desaprovação, evidenciando o repúdio às práticas migratórias extremas implementadas pela administração.

Índices de Rejeição do Governo Trump

O gráfico de rejeição demonstra que os arquivos de Jeffrey Epstein lideram o descontentamento popular com 63% de desaprovação, seguidos pelas deportações (59%) e pela guerra Rússia-Ucrânia (57%). Estes números refletem o descontentamento generalizado com as políticas mais controversas do governo, abrangendo desde questões domésticas até a política externa.

Polêmica dos arquivos Epstein divide base conservadora

A polêmica em torno dos arquivos de Jeffrey Epstein expôs uma rachadura inédita na base conservadora de Trump. Após semanas de pressão para a liberação dos documentos, o presidente mudou abruptamente o discurso, chamando seus próprios apoiadores de “fracos” e “tolos” por questionarem o manejo do caso. A pesquisa mostra que 63% dos eleitores desaprovam a forma como a administração lidou com os arquivos Epstein, incluindo 36% dos próprios republicanos.

O caso ganhou contornos dramáticos quando o Speaker da Câmara, Mike Johnson, rompeu publicamente com Trump ao exigir transparência total do Departamento de Justiça. A situação deteriorou quando Trump atacou no Truth Social aqueles que ele classificou como “ex-apoiadores”, acusando-os de caírem em “besteiras democratas” sobre Epstein.

Crise diplomática com o Brasil

As tensões diplomáticas atingiram níveis alarmantes com as ameaças de tarifas de 50% contra o Brasil, anunciadas como forma de pressionar pela libertação do ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta acusações de tentativa de golpe. Trump descreveu o processo judicial brasileiro como “caça às bruxas” e exigiu que as autoridades brasileiras “deixem Bolsonaro em paz”, gerando uma crise diplomática sem precedentes.

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva reagiu duramente, classificando as ameaças como “chantagem inaceitável” e declarando que “nenhum gringo vai dar ordens” ao Brasil. A resposta brasileira incluiu protestos nas ruas com queima de bonecos de Trump e ameaças de retaliação comercial, transformando um aliado regional em adversário declarado.

Políticas migratórias geram repúdio

As políticas de imigração continuam gerando controvérsia internacional. A administração retomou as deportações para países terceiros, enviando imigrantes de Vietnam, Jamaica, Laos, Cuba e Iêmen para Eswatini, na África, uma prática que 64% dos americanos rejeitam. O orçamento de US$ 170 bilhões aprovado para enforcement migratório inclui US$ 45 bilhões para centros de detenção e US$ 30 bilhões para contratação de agentes do ICE.

Os dados da pesquisa mostram que as deportações são o tema com maior rejeição entre as políticas específicas de Trump, com 59% de desaprovação. Este índice supera até mesmo temas tradicionalmente polêmicos como a guerra na Ucrânia e questões comerciais, demonstrando o profundo desconforto da população americana com as práticas migratórias extremas.

Índices de Aprovação do Governo Trump

Mesmo nos temas onde Trump obtém melhor desempenho, os números permanecem baixos. A economia, tradicionalmente um ponto forte republicano, registra apenas 42% de aprovação, enquanto a política externa alcança 41%. Estes índices, embora superiores aos demais, ainda ficam aquém do necessário para uma administração sólida, indicando fragilidades estruturais na percepção pública das políticas governamentais.

Ameaça inflacionária das tarifas

O impacto econômico das tarifas ameaça agravar a inflação no país. Embora as tarifas mais altas ainda não tenham sido implementadas, economistas alertam que a partir de 1º de agosto, quando entram em vigor as medidas contra Brasil, México e União Europeia, os efeitos inflacionários podem se tornar mais dramáticos. O Nobel de Economia Paul Krugman classificou as ameaças tarifárias como “grotescamente ilegais”.

A instabilidade se reflete também na política externa, com demissões em massa no Departamento de Estado atingindo 1.350 funcionários diplomáticos, comprometendo a capacidade de resposta americana em crises internacionais. As tensões internas na administração se intensificaram com conflitos entre o Secretário de Estado Marco Rubio e o enviado especial Richard Grenell sobre negociações na Venezuela.

Perspectivas sombrias

A combinação de escândalos domésticos, crises diplomáticas e políticas econômicas controversas consolida um cenário de deterioração da imagem presidencial. Com aprovação em queda livre e crescente isolamento internacional, Trump enfrenta o desafio de recuperar credibilidade em meio a uma sucessão de polêmicas que parecem se aprofundar a cada semana.

Os números da pesquisa Quinnipiac pintam um retrato preocupante para a administração, com rejeição superior a 50% em praticamente todos os temas avaliados. A análise temporal revela que a tendência de queda iniciada em janeiro não apenas se manteve, mas se acelerou nos últimos meses, sugerindo que as políticas controversas têm um impacto cumulativo negativo na percepção pública.

O cenário político atual indica que Trump enfrenta não apenas uma crise de aprovação, mas uma crise sistêmica de confiança que abrange múltiplas dimensões de sua administração, desde a política doméstica até as relações internacionais, criando um ambiente de instabilidade que pode comprometer a governabilidade nos próximos meses.

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