》Auto-denominado herdeiro da monarquia do Irã defende ataques de Israel – Expresso Noticias
Vamos ao assunto:
O filho do último xá do Irã, Reza Pahlavi, fez uma conferência em Paris algumas horas antes do cessar-fogo entre seu antigo país e Israel. O motivo: ele acreditava que a República Islâmica, que derrubou o reinado de seu pai, estava à beira do colapso, e que os Estados Unidos não deveriam apoiar a paz para pressionar o regime.
Pahlavi ainda pediu para que os iranianos tomassem as ruas em uma espécie de “queda da Bastilha” do governo de Ali Khamenei, rumo à reinstauração da monarquia liderada por sua família. O povo do Irã, incluindo a oposição, se uniu em defesa do país e demonstrou solidariedade mútua em meio aos ataques israelenses.
Enquanto ele estava disposto a se aliar a Israel para derrubar Khamenei, a população o rechaçava. Foi um golpe duro na imagem controversa do “herdeiro”, causando uma enorme queda em sua já baixa popularidade.
Para os poucos que ainda o apoiam, Pahlavi seria uma representação de um Irã ocidentalizado e secular, muito distante do regime atual. Seu avô, Reza Khan, foi um oficial militar que, com apoio da Grã-Bretanha, deu o golpe que destituiu a dinastia Qajar, que comandava o país de 1789 até sua queda em 1925.
Seu reinado foi responsável por modernizar o Irã política e economicamente, mas também criou um governo étnico centralizado e altamente autoritário. Seu filho, Mohammad Reza, seguiu o curso de seu pai, aproximando seu governo dos Estados Unidos e industrializando o país. O regime que ele comandava, entretanto, foi um dos mais violentos da história do Irã. Ele criou a agência de inteligência responsável por prender e torturar qualquer opositor político da monarquia.
O Irã, comandado por Reza, empobreceu e viu seus índices de desigualdade social dispararem. Por esses motivos, o povo apoiou a Revolução Iraniana que instaurou em 1979 o atual governo teocrático liderado por Khamenei. Pahlavi, à época com 17 anos, estava nos EUA aprendendo a pilotar caças. Ele nunca mais voltou ao seu país.
Em anos recentes, ele se aproximou de Saeed Ghasseminejad, que trabalha no “think tank” Fundação para Defesa das Democracias, uma organização da direita estadunidense que frequentemente publica análises conclamando os Estados Unidos a usarem a força militar para conter a influência regional do Irã e destruir seu programa nuclear.
Por intermédio dele, Pahlavi se aliou a Trump e Netanyahu, apoiando até a campanha de “pressão máxima” dos EUA contra o Irã. A política cortou diversos vínculos econômicos e dificultou a entrada de produtos no país, causando alta inflação e empobrecimento das classes médias e baixas.
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