》Banco de dados da intêligencia de Israel aponta que 83% dos palestinos mortos em Gaza eram civis – Expresso Noticias

Vamos ao assunto:

Um banco de dados confidencial da inteligência militar israelense investigado pelo The Guardian e pela +972 Magazine aponta que 83% dos palestinos mortos em Gaza desde o início da guerra eram civis, enquanto apenas 17% eram combatentes. Ou seja, 8.900 das mortes foram de pessoas que faziam parte do Hamas ou da Jihad Islâmica, para um total de 53.000 baixas.

Mesmo sendo da inteligência de Israel, os dados são problemáticos e ainda demonstram uma subnotificação das mortes de civis. Protocolos internos permitiam classificar vítimas como militantes sem confirmação pós-mortem, frequentemente baseados em identidades rotuladas automaticamente por ferramentas de IA israelenses.

Autoridades militares anteriormente criticaram essa prática, afirmando que muitos civis eram identificados como militantes simplesmente para justificar operações de guerra em Gaza.

O exército também considera o balanço do Ministério da Saúde de Gaza confiável, informou o Local Call, e o ex-chefe da inteligência militar chegou a citá-lo recentemente, embora políticos israelenses regularmente descartem esses números como propaganda. Segundo o órgão palestino, a invasão de Israel na Faixa alcançou 60.000 mortos e quase 146.000 feridos.

Especialistas ouvidos pela investigação destacam que essa proporção é excepcional, mesmo em comparação com os conflitos mais letais dos últimos tempos. Apenas ocorrências como o genocídio em Ruanda ou o cerco de Mariupol em 2022 chegam a níveis semelhantes de vítimas civis.

Grupos de direitos humanos também argumentam que as práticas adotadas, como bombardeios indiscriminados e o uso de regras de engajamento ampliadas, ferem as normas humanitárias internacionais e podem configurar crimes de guerra ou genocídio.

O Exército de Israel não negou a existência do banco de dados, mas afirmou que os números apresentados “são incorretos” e “não refletem os sistemas da IDF”, sem detalhar quais dados seriam imprecisos. Muitas figuras militares e políticas do país afirmaram publicamente que os cálculos e estatísticas divulgadas não correspondem à realidade do campo de batalha.

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