terça-feira, abril 15, 2025
Mundo

》China reforça estratégia de expansão comercial em meio à escalada tarifária com os EUA – Expresso Noticias

Vamos ao assunto:

O governo chinês anunciou nesta terça-feira (data não especificada) que continuará priorizando a ampliação de parcerias econômicas e a integração comercial global, em resposta ao agravamento da guerra tarifária com os Estados Unidos.

Em coletiva de imprensa, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, declarou que o país pretende “derrubar muros” e “apertar as mãos” como forma de enfrentar os desafios do cenário internacional.

A afirmação ocorre após a imposição de uma tarifa de 145% sobre produtos chineses pelo governo norte-americano, medida adotada como parte de uma estratégia de tarifas recíprocas aplicadas a diversos parceiros comerciais dos Estados Unidos. Em reação, Pequim elevou suas tarifas sobre produtos americanos para 125%.

Segundo Lin Jian, a posição da China busca se contrapor às tendências de isolamento. “Diante das incertezas externas, a China insistirá em apertar as mãos em vez de apertar os punhos, derrubar muros em vez de construir barreiras, conectar em vez de dissociar”, disse o porta-voz.

A Organização Mundial do Comércio (OMC) alertou que a disputa entre as duas maiores economias do mundo pode resultar em uma redução de até 80% nas trocas comerciais bilaterais, com impacto significativo no crescimento global. O órgão avalia que os efeitos da guerra tarifária podem se estender a cadeias produtivas em múltiplas regiões.

Em meio à tensão, Pequim criticou a política tarifária adotada pelos Estados Unidos. Autoridades chinesas classificaram a estratégia do presidente Donald Trump como “uma piada”.

A declaração gerou resposta do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, que reagiu em entrevista à Bloomberg Television. “Isso não é uma piada. Quero dizer, são números grandes”, afirmou Bessent. “Acho que ninguém pensa que eles são sustentáveis, nem quer que eles permaneçam aqui, mas está longe de ser uma piada.”

Bessent acrescentou que eventuais negociações entre os dois países deverão ocorrer “do topo”, com envolvimento direto entre o presidente Donald Trump e o presidente Xi Jinping. Até o momento, não há indicação de novos encontros oficiais entre os líderes.

Paralelamente ao confronto comercial com os Estados Unidos, o presidente chinês iniciou uma visita a países do Sudeste Asiático. A viagem inclui paradas no Vietnã, Malásia e Camboja — nações que, segundo autoridades norte-americanas, podem ser alvo de tarifas adicionais de 46%, 24% e 49%, respectivamente.

No Vietnã, Xi Jinping propôs uma aproximação econômica e defendeu a cooperação como resposta à atual conjuntura internacional. Em discurso realizado na capital Hanói, Xi afirmou que os dois países devem se opor ao “bullying unilateral” e fortalecer os vínculos nas cadeias de produção e fornecimento.

Durante a visita, autoridades chinesas e vietnamitas assinaram dezenas de acordos bilaterais, incluindo projetos em áreas como infraestrutura ferroviária e logística industrial.

A agenda de Xi Jinping também inclui reuniões com representantes da Malásia e do Camboja, com foco na assinatura de novos acordos comerciais e projetos de cooperação estratégica. A diplomacia chinesa tem destacado que a iniciativa faz parte de um esforço de longo prazo para ampliar o alcance internacional de suas empresas e instituições.

Em artigo publicado na terça-feira pelo jornal estatal People’s Daily, o governo chinês reiterou seu posicionamento a favor do comércio multilateral. O comentário editorial alertou para os riscos de isolamento econômico e destacou a necessidade de cooperação internacional.

“Diante da crise, ninguém pode se manter sozinho”, diz o texto, que faz referência à personagem Dorothy da obra O Mágico de Oz. “Somente a unidade e a cooperação podem enfrentar o desafio.”

O texto também mencionou que a China tem adotado tarifas zero para produtos de países menos desenvolvidos como parte de sua política de incentivo ao livre comércio.

A medida visa fortalecer os laços com economias emergentes e ampliar o alcance da influência chinesa em mercados estratégicos da Ásia, África e América Latina.

A postura chinesa se apresenta como contraponto às políticas protecionistas adotadas pelos Estados Unidos.

Desde o início da gestão Trump, a Casa Branca tem promovido uma série de revisões em seus acordos comerciais e aplicado tarifas a diversos produtos de países parceiros, com o argumento de reequilibrar a balança comercial norte-americana.

A escalada tarifária entre China e Estados Unidos tem gerado incertezas no comércio global e pressionado setores industriais de ambos os países. Analistas avaliam que, sem um acordo formal, os impactos sobre o crescimento econômico mundial poderão se acentuar ao longo dos próximos trimestres.

Até o momento, não há previsão de uma nova rodada de negociações diretas entre Pequim e Washington. A expectativa é que, caso os efeitos da disputa tarifária se ampliem, pressões internas em ambos os países possam levar a uma reabertura do diálogo entre os chefes de Estado.

Com informações da Reuters

www.expressonoticias.website