》Crise no Corinthians: possível rombo nas contas gera guerra entre diretorias – Expresso Noticias
Campinas, SP, 15 (AFI) – O Corinthians vive dias de forte turbulência fora das quatro linhas. Reuniões tensas, trocas de acusações e suspeitas de um rombo milionário no balanço de 2023 elevaram o clima nos bastidores do Parque São Jorge. Segundo apuração do clube, valores entre R$ 150 e R$ 200 milhões teriam sido omitidos do documento, o que pode levar à inédita reabertura das contas do exercício anterior.
Na última semana, os ex-dirigentes Wesley Melo (diretor financeiro) e Roberto Gavioli (gerente financeiro até 2024) foram chamados pela atual diretoria para prestar esclarecimentos. Mas o tom da conversa ficou longe de ser conciliador.
“É decepcionante ver o Corinthians sendo administrado por incompetentes, irresponsáveis e levianos”, disparou Wesley em nota enviada à imprensa, prometendo ir até as últimas instâncias se a gestão de Augusto Melo reabrir o balanço.
SOB SUSPEITA
O estopim da crise foi a identificação de valores que deveriam ter sido lançados como provisões para contingências, especialmente dívidas tributárias com risco de derrota judicial, mas que não teriam sido incluídas na contabilidade de 2023.
Em números: o clube registrou apenas R$ 10,6 milhões em provisões no ano passado, contra R$ 25,4 milhões em 2022. A atual gestão alega que os dados estariam incompletos e que dívidas do Profut e juros de débitos tributários foram negligenciados.
NOVA CONSULTORIA
O balanço de 2023 foi auditado pela multinacional RSM, que encerrou o vínculo com o clube após a troca de gestão. A nova auditoria, GF Brasil, agora revisa as contas. O caso também será avaliado por Eliseu Martins, um dos maiores especialistas em contabilidade do país, contratado para emitir parecer técnico.
Apesar de aprovado pelos conselhos do clube — fiscal, de orientação e deliberativo — o balanço pode ser reaberto, uma prática incomum no meio esportivo, mas prevista em norma contábil.
A diretoria de Augusto Melo ainda não apresentou o balanço oficial de 2024, que já acumula atraso. O último documento publicado foi o balancete de setembro do ano passado. Internamente, fala-se em um déficit superior a R$ 400 milhões.
O presidente tem usado reuniões com conselheiros e sócios para reforçar que o aumento da dívida em 2024 se deve a “heranças da gestão anterior”. As discussões, no entanto, escancaram uma crise institucional grave que pode comprometer ainda mais a já abalada saúde financeira do clube.
E AGORA?
O clube aguarda o parecer técnico de Eliseu Martins antes de qualquer ação oficial. Caso o balanço de 2023 seja alterado, o Corinthians poderá enfrentar questionamentos jurídicos e até impactos em suas relações com patrocinadores, bancos e órgãos de fiscalização.
Enquanto isso, o ambiente político segue em ebulição e o torcedor assiste, mais uma vez, o extracampo dominar o noticiário de um dos maiores clubes do país.
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