》Delegado aponta motivo pelo qual mãe teria envenenado a própria filha em SP – ExpressoNoticias

Vamos ao assunto:

A aposentada Elizabete Arrabaça, de 68 anos, foi acusada de envenenar e matar a própria filha, a veterinária Nathália Garnica, por motivação financeira. A informação foi confirmada pelo delegado José Carvalho, em entrevista à EPTV, afiliada da TV Globo, nesta sexta-feira (18).

O inquérito, em andamento desde o início de maio, aponta Elizabete como principal responsável pela morte da filha. “Para a polícia, não existe nenhuma dúvida de que a mãe matou a filha. As pessoas que foram ouvidas até agora nos trouxeram informações muito importantes de que a Nathália, de forma alguma, tentava suicídio. A Nathália tinha planos com o marido de voltar a morar junto e ter filhos, inclusive, de viajar na semana seguinte. Então isso nos deixa bem claro de que a Nathalia foi realmente envenenada”, afirmou o delegado.

As investigações indicam que mãe e filha tinham desentendimentos sobre a vida pessoal de Nathália, que, aos 42 anos, queria casar e constituir família. Já Elizabete teria motivações financeiras.

“Tudo indica [que foi por dinheiro], porque está bem claro isso. A discussão que elas tiveram, inclusive no dia que aconteceu [a morte], foi porque a Nathália pretendia casar, ter filhos, ter uma vida. E claro que filhos significa herança e dividir. Ficou bem claro no inquérito que a mãe era totalmente contra. Então é a raiva, essa discussão toda em que ela estava, o problema financeiro, tudo isso foi, para nós, o motivo”, disse Carvalho.

Nathália faleceu um mês antes de Larissa, que era esposa do médico suspeito (Foto: Reprodução/EPTV)

Durante as apurações, uma testemunha que trabalhava com Nathália revelou, em depoimento, que Elizabete ligou diversas vezes para a filha no dia da morte. “Essa atitude chama atenção, mas confirma o que já sabemos: a mãe estava preparando o momento de alguma forma, induzindo a filha a ingerir o veneno”, relatou o delegado.

Elizabete também é suspeita de ter envenenado o cachorro da filha, uma cadela chamada Babi, cujo corpo foi exumado em 10 de julho para realização de exames toxicológicos em São Paulo. A polícia aguarda os resultados. O animal, que estava sob os cuidados da aposentada, morreu 15 dias antes de Nathália, falecida em 9 de fevereiro deste ano, em Pontal (SP).

Além da morte de Nathália, Elizabete está presa preventivamente sob suspeita de envolvimento na morte da nora, Larissa Talle Leôncio Rodrigues, de 37 anos, professora de pilates, também por envenenamento. O crime teria sido cometido em parceria com o filho dela, Luiz Antonio Garnica, marido de Larissa.

A polícia aponta semelhanças entre os dois casos, mas investiga cada um separadamente. “Até então nós não tínhamos nenhuma posição a respeito da morte da Nathália, mas com o laudo está claro que houve um crime macabro. Inicialmente, a suspeita é a própria mãe, mas a investigação corre no sentido de saber se há o envolvimento de outras pessoas”, declarou o delegado Fernando Bravo em coletiva de imprensa.

Laudo toxicológico no corpo de Larissa constatou envenenamento por chumbinho (Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal)

De acordo com o Ministério Público, Luiz pretendia eliminar Larissa para ficar com a amante e obter vantagens financeiras. “Ela foi enganada, houve uma dissimulação, pensou que estava sendo cuidada pela sogra e pelo marido quando, na verdade, estava sendo envenenada pelos dois. O interesse inicial era do Luiz, quem arquitetou o plano foi o Luiz”, afirmou o promotor Marcos Túlio Alves Nicolino.

Larissa teria ameaçado se divorciar de Luiz e expressou interesse em procurar um advogado dias antes de morrer. “Aí seria o final do casamento e uma sucessiva partilha de bens. Por isso, a Elizabete vai até o apartamento e dá uma dose, que presumimos ter sido mais forte, porque a Larissa vem a morrer na madrugada”, completou o promotor.

O Ministério Público denunciou mãe e filho por feminicídio triplamente qualificado: uso de meio cruel (veneno), mediante dissimulação e com recurso que dificultou a defesa da vítima. Luiz também foi acusado de fraude processual, por ter alterado a cena do crime e tentado eliminar provas.

Os advogados de Elizabete, Bruno Corrêa Ribeiro e João Pedro Soares Damasceno, negam motivação financeira e afirmam que parte da denúncia do MP não consta no inquérito policial: “Divergindo, inclusive, do relatório final elaborado pela Polícia Civil. Ou seja, constam ali situações fantasiosas, com meras conjecturas e suposições, sem qualquer respaldo probatório, o que é totalmente vedado pela legislação vigente”.

Já o advogado de Luiz, Júlio Mossin, afirma que seu cliente é inocente. Segundo ele, Luiz não teve acesso à denúncia, mas sustenta que o crime foi cometido apenas pela mãe, com interesse no patrimônio.



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