》Drone ucraniano fere 13 civis no sul da Rússia – Expresso Noticias

Vamos ao assunto:

O incidente em Rostov segue a tendência de ataques aéreos de baixa altitude, afetando civis e evidenciando fragilidade de áreas urbanas em zonas de conflito


Rostov-on-Don, no sul da Rússia, foi atingida por um ataque de drone ucraniano nesta quinta-feira, deixando treze pessoas feridas, segundo autoridades locais. A ação provocou estragos em prédios residenciais e gerou preocupação entre moradores da cidade.

O governador em exercício da região de Rostov, Yury Slyusar, detalhou a situação em seu canal no Telegram, afirmando que “dois dos feridos foram levados para instituições médicas locais e estavam em estado grave”. Outros 11 atingidos “estão sendo levados ao hospital. As informações sobre as vítimas serão atualizadas”, completou o governador, sem fornecer detalhes imediatos sobre a identidade dos feridos.

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Danos materiais e impacto na população

De acordo com Slyusar, o ataque causou danos significativos a vários prédios de apartamentos em Rostov, deixando moradores preocupados com a segurança na região. Ainda não há informações sobre se os prédios sofreram comprometimento estrutural ou se houve necessidade de evacuação de residências.

O incidente ocorre em meio a uma série de ações recentes envolvendo drones no conflito entre Rússia e Ucrânia, evidenciando que áreas urbanas continuam vulneráveis a ataques aéreos de baixa altitude, capazes de causar tanto ferimentos a civis quanto prejuízos materiais.


Novo incidente em Belgorod

Na mesma quinta-feira, outro ataque com drone ucraniano foi registrado na região de Belgorod, no oeste da Rússia. Segundo relatos preliminares, o drone teria atingido um prédio do governo, causando “pequenos danos” sem feridos. O episódio reforça a tendência de ataques limitados a áreas administrativas e estratégicas, com foco em provocar transtornos e pressionar autoridades locais.


Tensão crescente na fronteira

As regiões de Rostov e Belgorod, próximas à fronteira com a Ucrânia, têm sido pontos frequentes de ataques ucranianos com drones e mísseis de curto alcance. As autoridades russas intensificaram a vigilância aérea e os protocolos de segurança, enquanto moradores seguem apreensivos diante da possibilidade de novos incidentes.

O ataque desta quinta-feira ilustra como a guerra segue atingindo não apenas áreas militares, mas também cidades habitadas por civis, trazendo riscos diretos à população e reforçando a fragilidade de áreas urbanas em zonas de conflito.

Continuidade dos ataques russos

Enquanto a atenção global se volta para negociações diplomáticas, o exército russo manteve suas ofensivas. No sábado, forças russas tomaram a vila de Yablunivka, na região oriental de Donetsk. Entre 7 e 13 de agosto, cerca de 535 drones e mísseis russos atingiram a Ucrânia, dos quais menos de dois terços foram interceptados pelas defesas ucranianas. O comando militar russo também lançou oito mísseis, cinco dos quais atravessaram a defesa ucraniana.

O comandante-chefe ucraniano, Oleksandr Syrskii, afirmou que, apesar das pesadas perdas de 33 mil soldados russos no mês passado, o inimigo tem conseguido recrutar mais efetivo do que perde. “Portanto, não temos outra escolha senão continuar as medidas de mobilização, melhorar o treino de combate e reforçar a componente de drones das nossas tropas”, disse ele. A Rússia planeja formar 10 novas divisões até o final do ano, duas já em funcionamento.

Diplomacia em destaque: a cúpula do Alasca

Em meio à escalada militar, o anúncio de que Putin se encontraria com Trump no Alasca gerou uma onda de tensão diplomática. A Ucrânia e seus aliados europeus não foram convidados, provocando críticas. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, alertou que Putin não está falando sério sobre a paz, destacando que as tropas russas continuam ofensivas: “Não há qualquer indicação de que os russos tenham recebido sinais para se prepararem para uma situação pós-guerra. Pelo contrário, eles estão redistribuindo suas tropas e forças de maneiras que sugerem preparativos para novas operações ofensivas.”

Líderes europeus também manifestaram preocupação. Kaja Kallas, chefe de política externa da União Europeia, enfatizou: “Até que a Rússia concorde com um cessar-fogo total e incondicional, não devemos sequer discutir quaisquer concessões.” A Coalizão dos Dispostos, grupo militar formado por grandes exércitos europeus, afirmou que “as fronteiras internacionais não devem ser alteradas pela força” e defendeu sanções adicionais caso Moscou não aceite um cessar-fogo imediato.

Possíveis concessões e posição ucraniana

Enquanto algumas fontes sugerem que a Ucrânia poderia considerar concessões territoriais, Zelenskyy rejeitou publicamente qualquer acordo que implique ceder terras. Ele ressaltou que, somente em julho, a Rússia lançou mais de 5.100 bombas aéreas guiadas, 3.800 drones e quase 260 mísseis. A Ucrânia apresentou às autoridades americanas um plano com concessões mútuas e adesão à OTAN para os territórios restantes do país, mas sem abrir mão de regiões estratégicas, como Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson.

O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW) destaca que ceder a parte ainda livre de Donetsk enfraqueceria a capacidade defensiva da Ucrânia, já que a região abriga um “cinturão de fortalezas” formado por cidades fortificadas como Sloviansk, Kramatorsk, Druzhivka e Konstyantynivka, cujo controle representa anos de esforço militar.

Contra-ataques ucranianos

A Ucrânia também segue promovendo ataques estratégicos contra infraestrutura militar russa. Recentemente, o Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) informou que um ataque incendiou um depósito de drones na República do Tartaristão, além de causar explosões em uma base de mísseis antiaéreos em Afipsky. Refinarias em Saratov e na República de Komi também teriam sido atingidas.

Um impasse complexo

A cúpula do Alasca deve incluir conversas individuais entre Putin e Trump, seguidas de reuniões com delegados e uma coletiva conjunta. Trump sugeriu a possibilidade de troca de territórios, afirmando “Haverá alguma troca de terras acontecendo”, enquanto Zelenskyy reafirma que a Ucrânia “não permitirá esta segunda tentativa de dividir o país”.

O cenário atual evidencia que, enquanto esforços diplomáticos tentam buscar soluções, o conflito segue com intensa atividade militar, ataques contínuos e grande risco para civis em regiões fronteiriças. A tensão entre ofensivas russas e resistência ucraniana, combinada com a complexa diplomacia internacional, mantém o mundo em alerta para os próximos desdobramentos do conflito.

Com informações de Agências de Notícias Xinhua e AL JAZEERA*

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