quarta-feira, abril 16, 2025
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》Empresas dos EUA se recusam a abandonar a China apesar do tarifaço de Trump – Expresso Noticias

Vamos ao assunto:

Mesmo diante do aumento das tarifas de importação aplicadas pelos Estados Unidos à China, que ultrapassam 100%, algumas empresas americanas seguem operando e buscando expandir seus negócios no país asiático.

A Premier NX, empresa de soluções tecnológicas com sede no Tennessee, é um exemplo de companhia que permanece atuante no mercado chinês e presta suporte a clientes do setor de transporte e de serviços financeiros na região.

Ali Din, diretor-executivo da Premier NX, afirmou que a manutenção das operações na China exige um novo modelo de negócios. Para ele, o atual cenário de instabilidade nas políticas comerciais reforça a necessidade de revisão de estratégias operacionais por parte das empresas americanas que atuam no país.

“As coisas podem ser um pouco fluidas em termos de políticas, então uma empresa deve realmente analisar como reduzir riscos, como reequilibrar minha operação e [como] fazer isso de uma forma que não dependa de mudanças legislativas”, declarou Din.

Segundo o executivo, o aumento das tarifas tem levado diversas empresas dos Estados Unidos a reavaliar contratos e parcerias com fornecedores chineses.

O objetivo, segundo ele, é identificar qual parcela dos custos adicionais poderá ser repassada aos consumidores e qual parte será absorvida pelas próprias companhias e seus parceiros.

“As empresas que estão na China não acho que queiram sair”, disse Din. “Elas esperam que o governo forneça alguma garantia quanto à consistência das políticas e continue a oferecer boas condições de trabalho para as empresas. A chave [é] realmente superar e navegar por isso [com] flexibilidade.”

Para driblar os efeitos das tensões comerciais entre os dois países, Din afirma que as companhias podem adotar o que chamou de “rota indireta” ou “estratégia híbrida”.

Nessa abordagem, empresas americanas mantêm presença indireta na China por meio de prestadores de serviços terceirizados, evitando a necessidade de estabelecer sedes próprias no país asiático em um momento de incertezas macroeconômicas.

“Nós cuidamos das interações e operações [com outras partes] na China para eles”, explicou Din. “Na maioria das vezes, [eles] já estabeleceram operações na China, então o trabalho principal já foi feito… seja em relação às cadeias de suprimentos ou à presença no mercado.”

A atuação da Premier NX, segundo o executivo, inclui o monitoramento de remessas, a gestão de processos administrativos e o apoio na execução de tarefas operacionais.

A empresa atende principalmente companhias que já possuem infraestrutura instalada na China e precisam manter suas atividades apesar do cenário adverso.

Na quarta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, oficializou a imposição de tarifas adicionais de 104% sobre produtos chineses.

As novas medidas comerciais fazem parte da política adotada desde o início de seu mandato, em janeiro, com o objetivo de incentivar a produção nacional e reequilibrar a balança comercial do país.

Apesar das restrições tarifárias, Din acredita que algumas empresas podem se beneficiar do cenário atual se optarem por manter ou até expandir suas atividades na China.

“Para empresas que decidem ‘entrar’ e ‘fazer movimentos ousados’ em um momento em que os mercados estão voláteis”, afirmou, “isso às vezes pode ajudá-las a expandir sua participação no mercado”.

A avaliação da Premier NX reflete uma postura que contrasta com a crescente preocupação da comunidade empresarial norte-americana em relação aos impactos das tarifas sobre a lucratividade e a competitividade internacional.

Ainda assim, o modelo proposto por Din busca oferecer alternativas para que empresas norte-americanas possam manter suas cadeias operacionais globais e lidar com as complexidades do ambiente geopolítico atual.

A continuidade das operações comerciais entre empresas dos Estados Unidos e da China dependerá, segundo analistas, da capacidade de adaptação dos agentes econômicos às mudanças legislativas e à evolução das relações diplomáticas entre os dois países.

A adoção de estruturas operacionais indiretas, como sugerido por Din, é uma das estratégias consideradas para mitigar riscos e garantir o fluxo de negócios.

Até o momento, não há indicações de flexibilização nas tarifas impostas pelo governo norte-americano, e o ambiente comercial permanece sujeito a novas medidas.

O impacto total dessas decisões sobre o investimento estrangeiro, o comércio bilateral e a cadeia global de suprimentos segue em avaliação por entidades do setor e autoridades econômicas.

Com informações da SCMP

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