》EUA está ‘sob fogo’ europeu por veto a autoridades palestinas – Expresso Noticias
Vamos ao assunto:
União Europeia pressiona EUA a rever negação de vistos a palestinos para Assembleia Geral da ONU
A União Europeia pediu neste sábado que os Estados Unidos reconsiderem sua decisão de negar vistos a autoridades palestinas que planejam participar da próxima Assembleia Geral da ONU, marcada para o mês que vem em Nova York. A medida americana, considerada excepcional, tem gerado protestos diplomáticos e é vista por aliados internacionais como um desafio ao direito internacional e aos acordos que regem a sede da ONU.
“À luz dos acordos existentes entre a ONU e seu estado anfitrião, todos nós pedimos que esta decisão seja reconsiderada”, afirmou Kaja Kallas, principal diplomata da União Europeia, após uma reunião de ministros das Relações Exteriores da UE realizada em Copenhague, Dinamarca.
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Segundo Kallas, a negativa de vistos reforça o alinhamento do governo do presidente Donald Trump com o governo de Israel, em um momento delicado para o processo de paz e para a representação diplomática palestina no cenário global. A medida surge enquanto a França lidera um movimento internacional para que o Estado Palestino seja reconhecido formalmente durante a cúpula da ONU.
O ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Noël Barrot, classificou a restrição de acesso como uma violação clara do princípio de igualdade entre Estados-membros da ONU. “Uma reunião da Assembleia Geral da ONU não deve estar sujeita a nenhuma restrição de acesso”, declarou Barrot aos jornalistas, antes das negociações com os diplomatas dinamarqueses.
Vários outros ministros europeus presentes em Copenhague manifestaram apoio à posição francesa, reforçando a pressão sobre Washington para reverter a decisão. A Autoridade Palestina também se manifestou formalmente, apontando que a medida “está em clara contradição com o direito internacional e o Acordo de Sede da ONU”, ressaltando que a participação de suas autoridades é essencial para manter o diálogo diplomático e a representação legítima do povo palestino.
O episódio ocorre em um contexto de tensões acentuadas na região: nos últimos dias, confrontos recentes entre forças israelenses e palestinas resultaram na morte de mais de 50 pessoas, elevando o total de vítimas para 63.371, segundo relatos de organizações humanitárias. Essa escalada de violência coincide com a mobilização diplomática em torno da cúpula da ONU, aumentando a urgência das discussões sobre a presença palestina no encontro.
A disputa sobre vistos evidencia não apenas as dificuldades políticas de Washington em lidar com o conflito israelense-palestino, mas também o peso da diplomacia europeia em tentar garantir o acesso de todos os membros da ONU a seus fóruns internacionais. Com ministros de diversos países europeus pressionando publicamente os EUA, cresce a expectativa de que a administração americana possa reconsiderar sua posição antes do início da Assembleia Geral, que tradicionalmente reúne líderes de todo o mundo para debates sobre segurança, desenvolvimento e direitos humanos.
O desdobramento desta questão será observado de perto, pois além de implicações diplomáticas imediatas, ela reflete a tensão entre regras internacionais consagradas e decisões unilaterais de Estados poderosos, testando o equilíbrio entre soberania nacional e obrigações multilaterais.
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, líder veterano de 89 anos conhecido por manter relações históricas com Washington, teve seu visto negado pelos Estados Unidos, impedindo sua participação na próxima Assembleia Geral da ONU em Nova York. A decisão, anunciada na sexta-feira, afeta cerca de 80 funcionários palestinos, incluindo membros de alto escalão da administração de Abbas.
De acordo com o Acordo de Sede das Nações Unidas, o país anfitrião — neste caso os EUA — não deveria recusar vistos a autoridades que se dirigem ao organismo internacional. A negativa, portanto, é vista como uma medida extraordinária, que gerou críticas de autoridades internacionais e intensificou as tensões diplomáticas em torno do conflito israelense-palestino.
Segundo um porta-voz do Departamento de Estado americano, “Abbas é afetado por esta ação junto com aproximadamente 80 outros funcionários da AP”, detalhando o impacto da medida que impede a presença palestina na cúpula.
A decisão ocorre em um momento em que a França lidera um esforço internacional para reconhecer formalmente o Estado Palestino durante a Assembleia Geral. O movimento também encontra apoio em outros países, como Canadá e Austrália, que anunciaram intenção de reconhecimento, enquanto o Reino Unido sinalizou que poderia seguir o mesmo caminho caso Israel não aceite um cessar-fogo em Gaza. Estados Unidos e Israel, por outro lado, criticam a iniciativa, acusando os países envolvidos de recompensar o Hamas com o reconhecimento político.
Enquanto a disputa diplomática se intensifica, a situação humanitária em Gaza segue se agravando. Na manhã de sábado, bombardeios israelenses atingiram diversas áreas da Cidade de Gaza, enquanto o Exército de Israel afirmou que seu plano de tomada da maior área do território palestino sitiado estava em progresso. Somente nesse dia, mais 50 palestinos foram mortos, elevando o total de vítimas em 22 meses de conflito para 63.371, segundo relatos de organizações humanitárias.
A combinação de restrições diplomáticas e violência em Gaza evidencia a crescente complexidade da crise. A negação de vistos a Abbas e sua equipe não apenas impede a representação oficial da Palestina na ONU, mas também coloca em destaque o impasse entre soberania nacional, obrigações internacionais e pressão política global.
Para o mundo diplomático, o episódio se tornou um teste de princípios: a manutenção do direito internacional e do Acordo de Sede da ONU versus decisões unilaterais de um Estado poderoso. Com a Assembleia Geral prestes a começar, o desfecho dessa controvérsia pode influenciar não apenas a diplomacia do Oriente Médio, mas também a percepção internacional sobre o papel dos Estados Unidos como anfitrião da ONU e mediador de conflitos globais.
O caso de Mahmud Abbas deixa claro que, mesmo décadas após sua ascensão política, a Palestina continua enfrentando obstáculos significativos para ter voz nos fóruns internacionais — enquanto a população civil sofre as consequências mais imediatas da guerra e da ocupação.
Com informações de Agências de Notícias*
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