》Família anuncia morte de Virginia Giuffre, mulher que acusa Jeffrey Epstein e Prince Andrew de abuso sexual – ExpressoNoticias
Vamos ao assunto:
[Alerta de conteúdo sensível] Virginia Giuffre, conhecida por denunciar os abusos sexuais cometidos por Jeffrey Epstein e príncipe Andrew, morreu aos 40 anos, na Austrália, onde vivia com a família. A causa foi suicídio, conforme comunicado divulgado nesta sexta-feira (25) pelos familiares à People. Giuffre, que também fundou uma organização de apoio a sobreviventes de violência sexual, foi uma das principais figuras públicas a expor o esquema de tráfico sexual liderado por Epstein.
Em um trecho, o comunicado diz: “Virginia foi uma guerreira feroz na luta contra o abuso sexual e o tráfico sexual. Ela foi a luz que ergueu tantas sobreviventes. No final, o peso do abuso foi tão pesado que se tornou insuportável para ela”.
Virginia deixou três filhos: Christian, Noah e Emily. A advogada Sigrid McCawley, que representava Giuffre, também prestou homenagem: “Virginia era muito mais do que uma cliente para mim; ela era uma amiga querida e uma defensora incrível de outras vítimas”.
Recrutada aos 16 anos por Ghislaine Maxwell, Giuffre relatou que foi forçada a manter relações sexuais com Epstein e outros homens poderosos. Ela escapou do esquema em 2002, mas seguiu em busca de justiça. Em 2019, processou o príncipe Andrew, alegando que foi traficada para ele em três ocasiões entre 1999 e 2002. O príncipe negou as acusações, mas em 2022 fechou um acordo extrajudicial, cujo valor não foi divulgado.

Em uma entrevista à BBC, Giuffre detalhou o encontro com Andrew em uma boate em Londres. Segundo ela, o príncipe lhe ofereceu uma bebida, dançou com ela e, depois, a forçou a manter relações sexuais. “O príncipe Andrew é o dançarino mais horrível que já vi na vida”, contou. Ela mencionou que ele “suava” em cima dela. Andrew, na mesma época, negou ter conhecido Giuffre.
Nos últimos anos, Giuffre se dedicou à SOAR (Speak Out, Act, Reclaim), organização sem fins lucrativos voltada para apoiar sobreviventes de abuso sexual. Ela afirmava que seu papel era incentivar outras vítimas a falarem e buscarem justiça.
Relembre o caso
Virginia Giuffre abriu um processo contra o membro da realeza, afirmando que ele a agrediu sexualmente quando ela tinha 17 anos. A ABC News confirmou a informação, depois de consultar os registros do tribunal federal de Nova York. O processo foi aberto dois anos após a morte de Jeffrey Epstein, que aguardava julgamento em uma prisão da cidade norte-americana, após ter sido preso por um grande esquema de exploração sexual. “A vítima está empenhada em tentar evitar situações em que pessoas ricas e poderosas escapem de qualquer responsabilidade por suas ações”, disse o advogado David Boies em entrevista à emissora.
Em comunicado, Giuffre confirmou as palavras do advogado e disse que o processo está sob a guarda da Lei das Vítimas na Infância. Além das acusações de agressão sexual, a ação ainda afirma que a mulher foi traficada para o príncipe. “Estou responsabilizando o príncipe Andrew pelo que fez comigo. Os poderosos e ricos não estão isentos de serem responsabilizados por suas ações. Espero que outras vítimas vejam que é possível não viver em silêncio e medo, mas recuperar a própria vida falando e exigindo justiça”, explicou.

“Não tomei essa decisão levianamente. Como mãe e esposa, minha família vem em primeiro lugar e eu sei que esta ação me sujeitará a mais ataques pelo príncipe Andrew e as pessoas ao seu redor. Mas eu sabia que se não prosseguisse com essa ação, eu desapontaria vítimas em todos os lugares”, acrescentou.
Documentos escritos por Virginia sobre o período em que foi escravizada sexualmente por Epstein e sua cúmplice, Ghislaine Maxwell, vieram à tona. Segundo ela, quando tinha de 17 para 18 anos, Maxwell a enviou para o rancho de Epstein, onde passou dois dias a sós com o duque de York, que tinha 41 anos na época.
Jeffrey Epstein era amigo próximo do filho de Elizabeth II. Em abril de 2021, Andrew recusou uma proposta de US$ 7 milhões de dólares (cerca de R$ 40 milhões na cotação atual) para fazer uma entrevista sobre a amizade com o empresário usando o teste de polígrafo, o famoso aparelho que detecta mentiras.
IMPORTANTE: Se você ou alguém que você conhece está passando por dificuldades emocionais ou considerando o suicídio, ligue para o ‘Centro de Valorização da Vida’ pelo número 188. O CVV realiza apoio emocional, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias. Para mais informações, clique aqui.
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