》Lula prepara resposta ao cerco econômico americano – Expresso Noticias

Vamos ao assunto:

Planalto inicia processo baseado na Lei de Reciprocidade para reagir a possíveis sanções americanas ligadas ao julgamento de Bolsonaro


Em um movimento estratégico, o governo federal deu início a um processo que pode autorizar o Brasil a retaliar comercialmente os Estados Unidos, caso novas sanções sejam impostas pelo governo do presidente Donald Trump. A medida, que segue a Lei de Reciprocidade, é vista internamente como um “seguro” ou uma carta na manga para proteger os interesses nacionais em um momento de elevada tensão bilateral.

O cenário de crise se agrava às vésperas de um evento de grande repercussão: o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), marcado para terça-feira (2), a partir das 9h. No Planalto, a avaliação predominante é de que uma eventual condenação de Bolsonaro pode trigger uma reação imediata e negativa de Washington.

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Embora membros do governo neguem publicamente uma ligação direta entre o início do processo de reciprocidade e o julgamento no STF, admitem, em off, que a iniciativa busca criar um respaldo legal rápido para uma resposta política, caso os EUA decidam escalar as penalidades contra o Brasil.

O temor não é infundado. Aliados do ex-presidente já sinalizaram que esperam uma represália de Trump, que poderia incluir a extensão da Lei Magnitsky – usada para sancionar indivíduos por supostas violações de direitos humanos – à esposa do ministro Alexandre de Moraes e a outros integrantes da Corte.

O passo formal foi dado na sexta-feira (29), quando a Embaixada do Brasil em Washington notificou o Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR) sobre a abertura do processo de reciprocidade. O trâmite, que pode levar de seis meses a um ano para ser concluído, é uma forma de o Brasil se antecipar. Caso a situação se degrade rapidamente, o país ainda tem a opção de acionar um mecanismo de reação emergencial previsto na mesma lei, impondo tarifas sobre produtos americanos de forma quase imediata.

A sombra da eleição americana paira sobre as relações. A avaliação nos corredores do poder é que o interesse de Washington permanece absolutamente focado no desfecho judicial envolvendo Bolsonaro e que a tensão entre os dois países deve perdurar, pelo menos, até o pleito presidencial de 2026.

Desde o anúncio das primeiras sanções, em 9 de julho, Trump tem usado explicitamente a situação do ex-presidente brasileiro como justificativa para suas ações, que já incluíram tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, cancelamento de vistos de autoridades e a sanção direta ao ministro Alexandre de Moraes.

O Brasil mantém a postura de que está aberto ao diálogo, mas não há otimismo no governo de que essa abertura será suficiente para mudar a disposição americana de negociar. O momento é de preparação para o pior, enquanto se observa, com apreensão, os próximos capítulos que serão escritos tanto no plenário do Supremo Tribunal Federal quanto na Casa Branca.

Com informações de CNN

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