》Médico acusa a mãe de envenenar sua irmã e sua esposa em SP, e revela motivação: “Eu seria o próximo” – ExpressoNoticias

Luiz Antonio ainda declarou que seria a próxima vítima da mãe. “Acredito que, depois de tudo isso, eu seria o próximo, até pela quantia que ela precisava. Se ela teve coragem de matar a própria filha, que morou com ela a vida toda, qual a dificuldade de me matar também?”, questionou. “É muito difícil você pensar que a pessoa que te criou e criou suas irmãs é capaz de fazer uma coisa dessa, tanto com a própria filha ou a sua esposa”, acrescentou.

Segundo Julio Mossin, advogado do médico, Nathália possuía uma previdência privada que teria sido a motivação para que Elizabete cometesse o crime. Ela tinha o intuito de ser beneficiada com o valor do montante em caso de morte da filha. “[Luiz Antonio] sempre quis não acreditar que fosse a mãe. Hoje ele está bem ciente da autoria da mãe”, disse o advogado à EPTV.

A defesa ainda alega que uma amiga de Elizabete, que teria sido sua madrinha de casamento, passou cinco dias na UTI após ter recebido um comprimido da idosa. O caso teria ocorrido há alguns anos. “Nós estamos atrás dessa pessoa para que ela seja ouvida no inquérito policial e esclareça esse precedente da Elizabete”, completou.

O Ministério Público afirmou que os desdobramentos do caso serão analisados com cautela para ambas as partes do processo. “É, também, uma tentativa de excluir a responsabilidade do investigado e deixar tudo isso sob a responsabilidade da Elizabete. E ainda de forma acidental, de modo que possa no máximo caracterizar um crime culposo”, declarou o promotor de justiça Marcos Túlio.

Relembre o caso

O médico Luiz Antonio Garnica, de 38 anos, foi preso temporariamente no início de maio, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Ele é suspeito pela morte de sua mulher, Larissa Rodrigues, em março deste ano. A mãe dele, Elizabete Arrabaça, também foi detida por suposto envolvimento no crime.

Larissa tinha 37 anos, era professora e atuava em uma academia de Ribeirão Preto. Conforme a investigação, ela havia descoberto recentemente uma relação extraconjugal do marido, e chegou a compartilhar com os amigos a frustração pela traição.

Segundo a Polícia Civil, o laudo toxicológico no corpo de Larissa constatou envenenamento por chumbinho, como a substância é conhecida popularmente. “Ontem nós conseguimos encontrar uma testemunha que relatou que a sogra estava procurando o chumbinho para comprar, aproximadamente 15 dias antes da morte. Então isso nos trouxe uma segurança de que ela, juntamente com o filho, matou Larissa”, apontou o delegado Fernando Bravo, chefe da investigação.

Ele acrescentou que a mãe do suspeito foi a última pessoa a ver Larissa com vida na véspera da morte. “Ela chegou a ligar para uma amiga que é fazendeira para saber se ela tinha essa substância na fazenda. Quando a amiga disse que não, ela pediu indicação de lugar para comprar, mas não foi fornecido ou indicado”, descreveu.

Nathália Garnica veio a óbito trinta dias antes de Larissa. A irmã do médico também morreu após ingerir chumbinho. A informação foi confirmada pelo o laudo toxicológico do Instituto Médico Legal (IML), quase um mês após a exumação dos restos mortais.

Ela não apresentava problemas de saúde e sua morte ocorreu de forma semelhante, com a mãe do médico presente no local em ambas as situações. De acordo com o delegado Fernando Bravo, responsável pelo caso, Elizabete também foi a última pessoa a ver Larissa com vida.