》Mulher agredida com mais de 60 socos pelo namorado em elevador no RN dá 1ª entrevista e faz relato sensível: “Ele disse que eu ia morrer”; assista – ExpressoNoticias
Vamos ao assunto:
Neste domingo (3), Juliana Garcia — a mulher brutalmente agredida com 61 socos pelo ex-namorado — deu sua primeira entrevista sobre o caso. Em conversa com o Fantástico, a vítima detalhou o episódio de violência que resultou em graves ferimentos no rosto e uma cirurgia de reconstrução facial.
Juliana permanece internada, ainda sem previsão de alta. Ela foi agredida dentro de um elevador pelo então namorado, o ex-jogador de basquete Igor Eduardo Pereira Cabral. O ataque foi registrado por uma câmera de segurança do prédio, que captou o momento em que Igor encurrala a vítima antes de iniciar a série de agressões.
Naquele sábado, o casal havia passado a tarde na piscina do condomínio. As imagens mostram o início de uma discussão no elevador. Igor impede a porta de fechar enquanto Juliana permanece no fundo, sem saída. É nesse momento que o ex-atleta começa a desferir os socos, sem interrupção.
A agressão durou apenas 34 segundos, mas foi suficiente para que Juliana recebesse 61 socos violentos na cabeça e no rosto. De acordo com as investigações, Igor teve uma crise de ciúmes. “Foi do décimo sexto até o térreo, ele bem esmurrando sem parar”, relatou a vítima.
Segundo a advogada de Juliana, Renata Araújo, o fato de ela ter permanecido no elevador foi uma tentativa de autoproteção: “Porque senão não teríamos os registros desse crime bárbaro da tentativa do feminicídio”.
Juliana, que optou por não mostrar o rosto na reportagem, contou: “Ele foi pro elevador que eu estava pra tentar me convencer a sair de lá. E eu não saí porque eu sabia que se eu saísse não ia ter câmera pra filmar. Ele disse que eu ia morrer e começou a me agredir”.
Para a delegada Victória Lisboa, as imagens são provas inequívocas da intenção de matar. “Inclusive, os investigados, de modo geral, eles tendem a falar que eles agiram em legítima defesa. Que a vítima veio atacando ele pra se proteger, desferir alguns golpes. Mas com o vídeo, tornou-se irrefutável”, declarou.
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Segundo testemunhas, uma moradora que estava na área de lazer pediu socorro ao ver Juliana coberta de sangue. Uma amiga da vítima também acionou o SAMU.
No dia seguinte, policiais da Delegacia da Mulher foram até o hospital. Ao chegarem, constataram que Juliana não conseguia falar, mas desejava prestar depoimento. “Em dado momento, a policial forneceu para ela uma caneta e um papel e ela escreveu:’Eu sabia que ele ia me bater então não saí do elevador. E ele começou a me bater e disse que ia me matar’”, relatou a delegada Patrícia Amaral, que estava de plantão no dia em questão.
Com base no relato da vítima, a Justiça decretou a prisão preventiva de Igor, que foi transferido na sexta-feira (2) para um presídio em Natal. Em nota conjunta, advogados e familiares do agressor afirmaram que ele está à disposição das autoridades para responder judicialmente, e que os parentes não compactuam com seus atos nem têm responsabilidade sobre eles.
A delegada responsável pelo caso acrescenta que Igor pode responder por outros crimes: “Ele pode responder por tentativa de feminicídio. Posteriormente, quando ela estiver melhor, a gente pode fazer uma nova investigação contra outros crimes. Por exemplo, violência psicológica. Mas uma violência psicológica que já vinha ocorrendo desde antes daquele crime”.
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O espancamento deixou sequelas graves. Juliana sofreu três fraturas na região do olho direito, uma fratura mais extensa abaixo do nariz e fraturas menores na maçã do rosto, além da mandíbula quebrada. De acordo com especialistas, os danos são comparáveis aos de vítimas de acidentes automobilísticos.
Ela passou por uma complexa cirurgia de reconstrução facial em um hospital público de Natal. O procedimento, inicialmente previsto para durar quatro horas e meia, se estendeu por quase sete horas devido à gravidade do quadro. Apesar disso, os médicos descartaram risco de sequelas neurológicas.
Segundo a advogada, Juliana pediu que sua imagem não fosse exibida de forma explícita, pois não quer ser lembrada com o rosto deformado. A vítima desabafou: “Espero não perder qualidade de vida. Espero ter a minha vida de volta”.
O acompanhamento médico seguirá por pelo menos dois meses na mesma unidade do SUS, com foco na recomposição funcional e estética do rosto.
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