sábado, abril 26, 2025
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》O duro golpe da China contra as importações agrícolas dos EUA em meio ao tarifaço de Trump – Expresso Noticias

Vamos ao assunto:

A China segue intensificando a sua guerra comercial com os Estados Unidos, anunciando uma nova redução nas importações agrícolas americanas, após o cancelamento de pedidos recordes de carne suína.

De acordo com analistas, a estratégia chinesa visa prejudicar setores específicos da economia dos EUA, especialmente aqueles que têm um forte vínculo com estados agrícolas, em sua maioria de tendência republicana.

Na última semana, importadores chineses retiraram um pedido de 12.030 toneladas métricas de carne suína americana, o maior cancelamento desde maio de 2020, no início da pandemia de Covid-19.

Os dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos EUA revelam o impacto significativo dessa ação, com consequências potencialmente severas para os criadores de porcos dos Estados Unidos, que enfrentam uma dificuldade crescente, apesar de a maioria não depender exclusivamente do mercado chinês. Os produtores de outros produtos agrícolas também devem enfrentar um aumento de pressão devido às novas medidas.

Dexter Roberts, pesquisador sênior no Global China Hub do think tank Atlantic Council, afirmou que a China está tomando uma medida estratégica para prejudicar áreas específicas dos EUA, que enfrentam dificuldades econômicas.

A maior parte desses estados agrícolas, como Iowa e Nebraska, foram favoráveis à reeleição do presidente Donald Trump nas eleições de novembro do ano anterior.

“As pessoas estão muito cientes disso e muito preocupadas”, comentou Roberts, destacando o impacto potencial de um ano ruim para os agricultores, que poderiam se ver forçados a hipotecar suas fazendas.

Os preços futuros de carne suína reagiram à medida, com quedas registradas entre junho de 2023 e agosto de 2026, refletindo o impacto dos pedidos cancelados.

A tarifa efetiva sobre as importações de carne suína dos EUA aumentou para 172%, de acordo com o National Pork Producers Council, que destacou a dificuldade dos produtores americanos de competir nesse mercado.

A alta das tarifas torna cada vez mais difícil para os produtores de carne suína dos EUA atenderem à demanda chinesa, o que pode significar um prejuízo significativo para o setor.

Em 2024, a China importou US$ 2,15 bilhões em carne suína, com a maior parte proveniente de mercados fora dos Estados Unidos. A Espanha, Brasil, Chile, Holanda e Canadá são atualmente os principais fornecedores de carne suína para o país, conforme dados do Serviço Nacional de Pecuária chinês.

Em contraste, as exportações de carne suína dos EUA para a China somaram apenas US$ 125,52 milhões no ano passado, um número bem abaixo do que era registrado antes das tarifas elevadas.

A guerra comercial entre as duas potências não se limita à carne suína. Desde 2018, quando o governo Trump impôs tarifas punitivas sobre uma série de importações chinesas, a China vem respondendo com tarifas sobre uma ampla gama de produtos agrícolas dos EUA.

Em março de 2024, Pequim aplicou uma taxa de 15% sobre aves, trigo, milho e algodão americanos, além de tarifas de 10% sobre carne suína, soja, carne bovina e laticínios.

Essas tarifas já causaram uma queda significativa nas importações de carne bovina e soja, com o Brasil substituindo os Estados Unidos como principal fornecedor de soja para a China, e a Argentina e a Austrália ganhando mercado na exportação de carne bovina.

O economista chinês Andy Xie, baseado em Xangai, destacou que a China tem adotado uma postura mais agressiva nas suas políticas comerciais.

“Não há mais segmentação – é tudo – a China tem que ir até o fim”, afirmou Xie, sugerindo que a China pode buscar alternativas para lidar com os cortes nas importações.

Embora não seja completamente autossuficiente, a China tem recursos para aumentar sua produção e compensar as perdas causadas pela redução das importações dos EUA. “Mesmo com cortes nas importações, a China não passará fome”, completou.

O impacto das tarifas chinesas na economia agrícola dos EUA reflete um cenário tenso e incerto, com os produtores americanos enfrentando dificuldades para se manter competitivos no mercado chinês.

Além disso, as medidas retaliatórias de Pequim fazem parte de uma estratégia mais ampla de confronto econômico, que continua a afetar diversas indústrias nos Estados Unidos, desde 2018, quando a guerra comercial começou a se intensificar.

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