》Pai de bebê morta em AL revela quando passou a desconfiar de versão da esposa: “Não desejo para ninguém” – ExpressoNoticias
Vamos ao assunto:
O trabalhador rural Jaelson da Silva Souza, pai da pequena Ana Beatriz, acredita que a esposa, Eduarda, sofreu um surto ao matar a filha recém-nascida em Novo Lino, Alagoas. Ele afirma que confiou na versão do suposto sequestro da criança até ouvir a quinta mudança no depoimento da companheira. Foi aí que começou a desconfiar.
Em entrevista concedida à TV Ponta Verde, nesta terça-feira (16), após comparecer ao IML de Maceió para liberar o corpo da filha, Jaelson falou sobre o choque diante da tragédia: “Eu creio que ela não estava em si para fazer um ato desse. Digo e garanto: não era ela, não. Acredito que foi um surto, não foi planejada”.
Abalado, ele lamentou a dor que está enfrentando. “O que estou passando agora não desejo que ninguém passe, ainda mais vindo de uma pessoa que estava junto de você há 10 anos [6 de casado e 4 de namoro]”, lamentou.
Segundo Jaelson, a gestação da filha foi planejada e acompanhada com entusiasmo por Eduarda. Durante a gravidez, ela demonstrava afeto e expectativa pela chegada da menina: “Ela [grávida] era só amor, ela dizia: ‘Não vejo a hora de estar com minha filha nos braços’. E teve um desfecho desse? É um negócio que não tem explicação”.
No momento em que a esposa alegou que a bebê havia sido sequestrada, Jaelson estava trabalhando em uma usina em São Paulo. Ao ser informado do ocorrido, seu chefe imediatamente comprou uma passagem de avião para que ele pudesse acompanhar o caso de perto. “Até então a gente estava procurando a menina sequestrada, tínhamos uma grande esperança de achar ela com vida”, contou.
A suspeita de que Eduarda poderia estar envolvida só surgiu após uma série de contradições em seus depoimentos. De acordo com a polícia, ela apresentou cinco versões diferentes até alegar que tinha entregado a bebê a outra pessoa. Após apurações, ela confessou o crime e revelou onde havia escondido o corpo da pequena. A mulher chegou a passar mal após o corpo da criança ser encontrado.
Mãe de Ana Beatriz passa mal após corpo da filha ser encontrado em AL pic.twitter.com/fmBudalKOo
— WWLBD ✌🏻 (@whatwouldlbdo) April 15, 2025
“Eu não desconfiei, até porque são 10 anos juntos. Eu acreditava na palavra dela, até que ela se contradisse nas versões. Após o quinto depoimento para frente que eu disse: ‘Tem coisa errada’. A gente então pressionou, disse ‘fale a verdade, fale a verdade’, foi quando ela abriu o jogo. Eu estava do lado dela quando ela confessou. Procurei terra no chão e não achei. Na hora que ela disse, saí, nem quis olhar direito para a cara dela. Saí chorando, meus familiares vieram me acolher”, relatou o pai.
Ele garante que nunca houve um histórico de conflitos entre o casal, e que Eduarda o acompanhava com frequência nas viagens a trabalho para São Paulo. Segundo ele, a ideia era de que ela voltasse a morar com ele após o nascimento da filha: “Ela estava só esperando eu me organizar mais para ela ir”.
Eduarda engravidou quando o casal vivia em São Paulo, mas decidiu retornar para Novo Lino em setembro do ano passado. O motivo, segundo Jaelson, foi a dificuldade de acesso a serviços de saúde em Presidente Prudente, onde moravam longe de um posto de atendimento.
Ainda de acordo com ele, Eduarda apresentava sinais de ansiedade: “Até quando a gente estava em São Paulo, se eu demorasse a chegar em casa, chegava e ela estava toda se tremendo”.
Jaelson também falou sobre o relacionamento da esposa com o filho mais velho do casal, de cinco anos. “Ela ama demais e cuida demais do menino. Faz tudo que uma mãe que ama faz. Reclamava quando falava alto com o menino dentro de casa. Sempre o tratou bem, sempre me tratou bem”, concluiu. Assista:
Entenda o caso
Eduarda Silva de Oliveira, de 22 anos, foi presa nesta terça-feira (15) em Novo Lino, Alagoas, após confessar que ocultou o corpo da própria filha, a recém-nascida Ana Beatriz, encontrada morta dentro de um armário com produtos de limpeza. Ela apresentou à Polícia Civil duas versões para a morte da bebê: inicialmente afirmou que a filha se engasgou durante a amamentação, mas depois declarou que a sufocou com um travesseiro porque a criança chorava sem parar há dias.
O corpo da menina, que tinha apenas 15 dias de vida, foi localizado após a mãe revelar o local onde o havia escondido. De acordo com o delegado Igor Diego ao g1, a segunda versão surgiu após inconsistências no depoimento inicial. “Ela começou dizendo que estava amamentando, a criança teria tido um engasgo e ela teria tentado reanimar a criança e não teria conseguido. Posteriormente, ela mudou a versão afirmando que a criança não dormia, estava chorando bastante. (…) Ela não aguentava mais aquela situação, teria pego o travesseiro da criança e teria realizado a asfixia, matando a criança”, afirmou.
A investigação começou na sexta-feira (11), quando Eduarda procurou a polícia dizendo que a filha havia sido sequestrada por homens armados em um carro preto, na BR-101. A versão mobilizou equipes policiais de Alagoas e Pernambuco, que realizaram buscas até o município de Vitória de Santo Antão. Um homem chegou a ser preso com um carro semelhante ao descrito, mas foi liberado após comprovar que não tinha relação com o caso. A mãe chegou a dizer também que havia sido vítima de estupro durante o ocorrido.

Segundo a polícia, Jaelson estava em São Paulo a trabalho no momento da morte. Ele retornou a Alagoas para acompanhar as buscas e não é investigado. Foi ele, junto do advogado da família, quem convenceu Eduarda a revelar a verdade e indicar onde o corpo estava escondido.
O caso segue sob investigação. A polícia ainda apura se outra pessoa pode ter ajudado Eduarda. O resultado da necropsia indicará se a morte ocorreu por engasgamento ou por asfixia, o que deve determinar a qual crime a mãe responderá. A jovem está presa por ocultação de cadáver, mas pode ser indiciada por homicídio, dependendo das conclusões do inquérito.
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