》Polícia desvenda grupo de crimes de ódio e desafios cruéis na internet liderado por jovem, e se surpreende com objetos encontrados – ExpressoNoticias
Vamos ao assunto:
A Polícia Civil identificou um adolescente de 14 anos como um dos líderes de uma organização criminosa responsável por promover crimes de ódio e desafios violentos na internet. Segundo as investigações, ele atuava como administrador do grupo, sendo responsável por decisões estratégicas e pela programação das atividades criminosas. A informação foi confirmada pela delegada Ana Cláudia Medina, do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), à TV Morena, filiada da Globo no Mato Grosso do Sul.
Morador de Campo Grande (MS), o jovem foi um dos alvos da Operação Adolescência Segura, que aconteceu nesta terça-feira (15). Durante o cumprimento do mandado em sua residência, localizada no bairro Jardim Carioca, foram apreendidos computadores, celulares e documentos.
Já em Goiânia (GO), outro adolescente foi apreendido suspeito de participar do grupo. Na casa do menor, foram encontradas uma máscara do personagem Ghostface, do filme “Pânico”, uma arma de brinquedo e duas luvas com estampa de esqueleto, segundo o g1.
A delegada destacou que o adolescente, chefe do grupo, tinha uma atuação central na estrutura da rede criminosa, utilizando plataformas como Discord e Telegram – que oferecem comunicação criptografada. Ele coordenava os desafios e as competições de crimes de ódio na web.
“Hoje com o cumprimento dessas medidas cautelares vimos que de fato tudo aquilo que se apurava foi comprovado. Ele tinha situação de administrador, participava na decisão e programação de desafios, e tinha conhecimento de alguns eventos criminosos, fazendo parte, nem que seja, na audiência deles”, detalhou Medina. Esses desafios, segundo a polícia, estavam diretamente ligados a condutas violentas, incluindo automutilação e maus-tratos a animais.
Operação Adolescência Segura
A operação, que envolveu forças policiais de sete estados, teve como objetivo desmontar uma das maiores estruturas dedicadas a crimes cibernéticos contra crianças e adolescentes no país. Foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão, sendo cinco deles em Campo Grande. Dois adultos foram presos e sete adolescentes apreendidos.
O adolescente identificado como líder operava diretamente de sua casa, enquanto outros quatro endereços alvos da operação pertenciam a integrantes que, segundo a polícia, obedeciam hierarquicamente ao jovem.
Ainda de acordo com a delegada, o garoto admitiu sua participação e o cargo de liderança dentro do grupo. No entanto, ele não foi apreendido, já que não havia situação de flagrante no momento da abordagem.
Coordenada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, com apoio do CyberLab da Secretaria Nacional de Segurança Pública, a Operação Adolescência Segura foi realizada em Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
Conforme informações da corporação, a rede investigada atrai adolescentes por meio de “práticas ilícitas e de risco, incluindo a indução à autolesão”. Entre os crimes apurados estão tentativa de homicídio, instigação ao suicídio, apologia ao nazismo, maus-tratos a animais e até divulgação de pornografia infantil.

O ponto de partida para as investigações foi um crime registrado em 18 de fevereiro de 2025, no Rio de Janeiro. Um homem em situação de rua foi atacado com coquetéis molotov, resultando em queimaduras que afetaram 70% do seu corpo. A ação foi filmada e transmitida ao vivo na internet por um adulto, e um adolescente é suspeito de ter iniciado o incêndio. A polícia afirma que o ataque fazia parte de um desafio promovido pelo grupo.
As apurações revelaram ainda que os administradores dos servidores criavam um ambiente de manipulação psicológica e aliciamento de vítimas em idade escolar. Segundo o Ministério da Justiça e da Segurança Pública (MJSP), a organização se articulava “por meio de plataformas de comunicação criptografadas, como Discord e Telegram, além de redes sociais populares”.
O MJSP também informou que o caso atraiu a atenção internacional. “A atuação do grupo é tão significativa no cenário virtual que mereceu a atenção de duas agências independentes dos Estados Unidos, que emitiram relatórios sobre os fatos, contribuindo com o trabalho dos policiais civis envolvidos no caso”, declarou a corporação, ao g1.
As autoridades continuam com foco na identificação de novos integrantes da organização. “Os investigados responderão por crimes como associação, indução ou instigação à automutilação, maus-tratos a animais, e outros, cujas penas podem ultrapassar mais de 10 anos de reclusão”, concluiu o MJSP.
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