》Rússia alerta para teimosia ucraniana nas conversas de paz – Expresso Noticias
Vamos ao assunto:
Lavrov acusa Ocidente e Zelensky de bloquearem negociações de paz na Ucrânia; Segundo o chanceler, Zelensky insiste em reunião direta com Putin como condição para qualquer avanço, dificultando o diálogo entre as partes
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, acusou nesta semana países ocidentais e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, de atrapalhar o avanço das negociações de paz na Ucrânia. As declarações foram feitas em entrevista à emissora Russia-1 e divulgadas neste domingo.
Segundo Lavrov, os países do Ocidente estariam “apenas procurando uma desculpa para impedir as negociações”. Ele acrescentou que Zelensky estaria “agindo de forma teimosa”, insistindo em uma reunião imediata com o presidente russo, Vladimir Putin, como condição para qualquer avanço nas conversas.
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O chanceler russo também direcionou críticas às nações europeias, afirmando que estariam tentando minar os esforços feitos tanto por Putin quanto pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O contexto das acusações envolve encontros diplomáticos recentes. Em 15 de agosto, Trump se reuniu com Putin no Alasca para discutir soluções para o conflito na Ucrânia, mas, segundo relatos, nenhum acordo concreto foi alcançado. Poucos dias depois, na segunda-feira seguinte, o ex-presidente americano se encontrou em Washington com Zelensky e líderes europeus, em mais uma tentativa de articular um caminho para a paz.
As declarações de Lavrov refletem a crescente tensão sobre a dificuldade de estabelecer um canal de negociação estável entre Moscou e Kiev, em meio às pressões políticas de aliados internacionais e ao impasse militar no terreno.
Ucrânia ataca usina nuclear e porto russo com drones; reator e terminal de combustível são danificados

O conflito entre Rússia e Ucrânia atingiu novos patamares neste domingo, quando ataques ucranianos com drones provocaram danos significativos em uma das maiores usinas nucleares da Rússia e incendiaram o terminal de exportação de combustível de Ust-Luga, no Mar Báltico, segundo autoridades russas.
Apesar de negociações de paz ainda em andamento, a guerra na Europa mais mortal desde a Segunda Guerra Mundial segue intensa, com ataques aéreos, mísseis e drones ocorrendo tanto em território russo quanto ucraniano.
O Ministério da Defesa da Rússia informou que pelo menos 95 drones ucranianos foram interceptados em mais de uma dúzia de regiões do país no dia 24 de agosto, data em que a Ucrânia comemora sua independência da União Soviética em 1991.
Na usina nuclear de Kursk, localizada a cerca de 60 km da fronteira com a Ucrânia, um drone foi derrubado pelas defesas aéreas pouco após a meia-noite, mas acabou detonando próximo da instalação. O ataque danificou um transformador auxiliar, obrigando a reduzir em 50% a capacidade operacional do reator nº 3. A usina informou que os níveis de radiação permanecem normais e que não houve feridos. Dois outros reatores permanecem desligados para manutenção programada.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmou estar ciente do incidente e enfatizou que todas as instalações nucleares devem ser protegidas de forma contínua durante conflitos.
Mil quilômetros ao norte, no Golfo da Finlândia, pelo menos 10 drones ucranianos foram abatidos enquanto sobrevoavam o porto de Ust-Luga, na região de Leningrado. O ataque provocou um incêndio no terminal operado pela Novatek, um complexo de exportação de combustível do Mar Báltico, segundo o governador regional, Alexander Drozdenko. Imagens publicadas em canais russos do Telegram mostraram um drone aproximando-se do terminal seguido por uma enorme bola de fogo e uma coluna de fumaça negra subindo ao céu. Drozdenko afirmou que “bombeiros e serviços de emergência estão trabalhando para apagar o incêndio” e que não houve feridos.
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O terminal de Ust-Luga, inaugurado em 2013, processa condensado de gás em nafta leve e pesada, combustível de aviação, óleo combustível e gasóleo, e é responsável pela exportação de produtos petrolíferos e condensado de gás para mercados internacionais. A Novatek destaca que seus produtos atendem principalmente a países asiáticos, incluindo China, Cingapura, Taiwan e Malásia, além de enviar combustível de aviação para Istambul.
O ataque também provocou interrupções nos voos em vários aeroportos russos durante a noite, incluindo o aeroporto de Pulkovo, na região de Leningrado, segundo a autoridade de aviação civil do país, Rosaviatsia.
Além disso, drones ucranianos atacaram uma empresa industrial na cidade de Syzran, no sul da Rússia. O governador da região de Samara relatou que uma criança ficou ferida, embora não tenha fornecido detalhes sobre o local exato do ataque.
Até o momento, não houve declarações imediatas da Ucrânia sobre os ataques. O governo de Kiev afirma, em linhas gerais, que suas operações dentro do território russo são respostas aos bombardeios contínuos de Moscou e têm como objetivo destruir infraestrutura considerada estratégica para os esforços militares russos.
O episódio evidencia a escalada do conflito e o alcance cada vez maior das ações ucranianas em território russo, levantando preocupações sobre segurança nuclear e danos à infraestrutura vital, enquanto as negociações de paz permanecem estagnadas.
Rússia e Ucrânia realizam troca de centenas de prisioneiros com mediação dos Emirados Árabes Unidos

Em meio à intensificação dos ataques e à escalada da guerra, Rússia e Ucrânia realizaram neste domingo uma troca de prisioneiros que envolveu 146 detentos de cada lado. A operação foi mediada pelos Emirados Árabes Unidos, que atuaram como intermediários na negociação, segundo informações do Ministério da Defesa russo e do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
O ministério russo informou que todos os soldados liberados foram levados a Belarus, onde receberam assistência psicológica e médica. Além disso, a Ucrânia devolveu a Moscou oito cidadãos russos, residentes da região de Kursk.
Pelo lado ucraniano, Zelensky anunciou a operação por meio do aplicativo de mensagens Telegram, sem detalhar números exatos. O presidente publicou fotos de reféns retornando sorridentes, destacando que a maioria deles estava em cativeiro desde 2022, ano da invasão russa. Entre os libertados, estava um jornalista que havia sido capturado apenas um mês após o início do conflito.
Em sua mensagem, Zelensky agradeceu aos Emirados Árabes Unidos pelo papel de supervisão da troca e reforçou a importância da ação para o país. “As trocas continuam. Talvez isso seja possível graças aos nossos soldados, que estão aumentando o fundo de troca para a Ucrânia”, escreveu, em referência à captura de militares russos como parte do mecanismo de negociação.
A operação desta semana ocorre em um momento de alta tensão, quando ataques com drones e mísseis continuam em território russo e ucraniano, incluindo danos a uma usina nuclear em Kursk e ao terminal de exportação de combustível de Ust-Luga. Apesar das negociações de paz em andamento, os confrontos militares seguem, mostrando que o conflito permanece longe de um desfecho.
Mesmo diante da violência, a troca de prisioneiros representa um ponto de alívio e demonstra que canais de diálogo podem ser mantidos, ainda que temporariamente. A participação de um país neutro como os Emirados Árabes Unidos ilustra o esforço internacional para facilitar medidas humanitárias em meio ao conflito mais mortal na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
O episódio reforça a complexidade da guerra: enquanto bombardeios e ataques de drones atingem infraestruturas críticas, iniciativas diplomáticas e humanitárias, como a troca de prisioneiros, seguem sendo fundamentais para aliviar tensões e salvar vidas no terreno.
Com informações de Agências de Notícias*
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