》Tarifa de Trump vira batalha diplomática de Haddad – Expresso Noticias

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Ministro da Fazenda anuncia nova rodada de negociações com os EUA para tentar reverter tarifas que atingem produtos estratégicos como carne e aço


O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta quinta-feira (31) que o Brasil vai intensificar os esforços diplomáticos para reverter a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros determinada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo Haddad, há disposição do lado americano para um novo diálogo, e uma reunião com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, já está sendo organizada.

“Vamos levar às autoridades americanas o nosso ponto de vista e recorrer às instâncias devidas, tanto nos EUA quanto em organismos internacionais”, declarou o ministro ao chegar ao Ministério da Fazenda.

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A medida norte-americana, que entra em vigor no dia 6 de agosto, afeta diversos setores da economia brasileira, principalmente produtos agrícolas e industriais que não foram incluídos na lista de quase 700 exceções divulgadas por Washington. Entre os itens que continuam tarifados está a carne bovina, considerada estratégica para a balança comercial brasileira.

Haddad reconheceu que a lista de isenções representa um avanço parcial nas negociações, incluindo produtos importantes como suco de laranja, petróleo e aeronaves da Embraer. Mesmo assim, o ministro classificou como “injustas” as medidas que atingem setores fundamentais da economia nacional.

Plano de contingência será anunciado nos próximos dias

Diante da perspectiva de impactos ao emprego e à indústria nacional, o governo prepara um plano de contingência para proteger os setores mais afetados. A medida está em fase final de elaboração e será encaminhada à Casa Civil nos próximos dias. O pacote deve incluir tanto medidas comerciais quanto ações para fortalecer a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional.

A decisão dos EUA de impor a tarifa coincidiu com a inclusão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, na lista de sanções da Lei Magnitsky, utilizada pelos americanos para punir autoridades estrangeiras acusadas de violações aos direitos humanos. Bessent acusou Moraes de agir “arbitrariamente contra a liberdade de expressão”, em referência aos processos que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Momento marca início de diálogo mais racional, avalia Haddad

Para Haddad, o atual momento representa o começo de uma fase mais equilibrada nas relações entre os dois países. “Nada do que foi decidido ontem não pode ser revisto. Esta semana é o começo de uma conversa mais sóbria, menos apaixonada. Também é uma oportunidade para explicar como funciona o nosso Judiciário”, afirmou o ministro.

Fontes governamentais apontam que o adiamento da implementação da tarifa e as isenções parciais conquistadas indicam avanços importantes, ainda que limitados. Segundo essas fontes, diplomatas brasileiros e americanos, além de representantes do setor empresarial dos dois países, tiveram papel fundamental na contenção dos danos, ajudando a despolitizar o conflito.

Apesar dos sinais positivos, a equipe econômica mantém cautela. A administração Trump é considerada imprevisível, e interlocutores do Planalto avaliam que qualquer negociação exigirá cuidado para não agravar a crise comercial. A preocupação central é preservar a posição do Brasil nas cadeias produtivas globais e evitar impactos mais profundos na economia nacional.

Com informações do governo federal e da equipe econômica, o Brasil se prepara para uma nova fase de negociações que podem definir o rumo das relações comerciais com um dos seus principais parceiros internacionais.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a se pronunciar nesta quarta-feira (30) sobre a crise comercial entre Brasil e Estados Unidos, afirmando que a tensão gerada em torno do anúncio das tarifas norte-americanas é artificial e tenderá a se dissipar nas próximas semanas. Segundo ele, o Brasil continua buscando o diálogo com as autoridades americanas e acredita que a racionalidade prevalecerá sobre a polarização política.

“Se depender do Brasil, essa tensão desaparece, porque é artificial. E produzida por pessoas do próprio país. Quer dizer, não faz sentido brasileiros alimentarem essa tensão. Essa tensão vai se dissipar e, quando se dissipar, a racionalidade vai presidir os trabalhos, e nós vamos chegar a um denominador comum”, declarou Haddad em conversa com jornalistas no Ministério da Fazenda, em Brasília.

O ministro fez referência direta ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se licenciou do mandato em março para atuar nos Estados Unidos em articulações contra a Justiça brasileira. Eduardo Bolsonaro, que é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suas ações em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, tem sido apontado como uma das figuras centrais na escalada da crise diplomática entre os dois países.

A tensão ganhou novo fôlego no dia 9 de julho, quando o presidente Donald Trump enviou uma carta ao presidente Lula anunciando a imposição de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros a partir do dia 1º de agosto. Na justificativa, Trump citou especificamente o caso Bolsonaro e pediu anistia para o ex-presidente brasileiro.

Haddad ressaltou que o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, está à frente das negociações com o governo americano. Segundo o ministro, Alckmin mantém contato constante com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, em uma tentativa de encontrar soluções para a crise.

“É preciso esperar o dia 1º de agosto para entender o que, de fato, entrará em vigor, já que o governo dos EUA não respondeu oficialmente às propostas do governo brasileiro”, explicou Haddad, lembrando que as conversas ainda estão em andamento e que o governo brasileiro aguarda definições mais claras das autoridades norte-americanas.

O ministro da Fazenda também revelou que tem tentado contato com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, que atualmente está na Europa negociando outros acordos internacionais. “A assessoria dele disse que tem possibilidade de uma conversa quando ele regressar aos Estados Unidos”, informou.

Haddad reforçou que o Brasil está preparado para lidar com os impactos das medidas, caso elas sejam efetivamente implementadas, mas ressaltou que a preferência do governo é encontrar uma solução diplomática que preserve as relações comerciais entre os dois países.

“Nós estamos mantendo o canal de comunicação aberto e buscando uma resolução que seja benéfica para ambos os lados. O Brasil não quer uma guerra comercial, quer um diálogo construtivo”, concluiu o ministro.

Com as declarações de Haddad, o governo brasileiro sinaliza que, apesar da gravidade das medidas anunciadas pelos EUA, mantém a expectativa de que a crise possa ser superada por meio do diálogo e da mediação diplomática.

Com informações de ICL e Agência Brasil

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