》Trump ameaça BRICS e diz que grupo ‘acabará rapidamente’ se crescer – Expresso Noticias
Vamos ao assunto:
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta sexta-feira, 19, que está disposto a adotar medidas econômicas contra os países que integram o grupo BRICS, caso o bloco avance em sua consolidação como força geopolítica e econômica. Em discurso, Trump afirmou que o grupo seria alvo de fortes retaliações e que seu eventual fortalecimento não se sustentaria por muito tempo.
“Quando ouvi sobre esse grupo do Brics, seis países, basicamente, eu os ataquei com muita, muita força. E se algum dia eles realmente se formarem de modo significativo, isso acabará muito rapidamente”, declarou o presidente norte-americano, sem citar diretamente os nomes dos países que fazem parte da aliança.
As declarações foram feitas em meio a tensões crescentes entre os Estados Unidos e países que buscam ampliar mecanismos de cooperação econômica fora da órbita do dólar. O BRICS, formado originalmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, passou a incluir recentemente outros países em um esforço para aumentar sua relevância internacional e reduzir a dependência de moedas ocidentais.
O grupo tem se articulado para criar alternativas ao sistema financeiro liderado por instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial. Além disso, seus membros têm discutido a utilização de moedas locais no comércio bilateral e a possibilidade de fortalecer o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), fundado em 2015.
As declarações de Trump ocorrem em um momento em que o BRICS tem ampliado sua visibilidade. A última cúpula do grupo, realizada no Rio de Janeiro, tratou de temas como a desdolarização de parte das transações internacionais, a inclusão de novos países e a formação de uma infraestrutura alternativa para o financiamento de projetos.
Durante sua fala, Trump também reiterou o compromisso com a manutenção do dólar como principal moeda de reserva internacional. O presidente indicou que o governo norte-americano não apoiará a criação de uma moeda digital emitida por um banco central nos Estados Unidos.
“Estou comprometido com a preservação do status global do dólar como moeda de reserva”, afirmou. “Nunca permitirei a criação de uma moeda digital de banco central nos Estados Unidos”, completou o presidente, reforçando sua posição contrária a iniciativas que envolvam emissões digitais centralizadas.
A posição do governo norte-americano ocorre no contexto de discussões em diversos países sobre moedas digitais emitidas por bancos centrais, conhecidas como CBDCs (Central Bank Digital Currencies). Na China, por exemplo, o yuan digital está em fase avançada de testes. O Banco Central Europeu também avalia a criação do euro digital. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve tem conduzido estudos exploratórios, mas ainda não definiu uma posição final.
O crescimento do BRICS e a defesa por parte de seus membros de uma ordem econômica multipolar têm sido observados de perto por Washington. Analistas avaliam que as declarações de Trump refletem uma preocupação com o avanço de iniciativas que buscam contestar a hegemonia do dólar e o sistema financeiro global liderado pelos Estados Unidos.
Embora não tenha detalhado quais medidas poderiam ser adotadas contra os países do BRICS, Trump sugeriu que tarifas comerciais seriam uma das ferramentas preferidas. Em seu primeiro mandato, o atual presidente já utilizou tarifas como instrumento de pressão contra parceiros comerciais, incluindo a China e países da América Latina.
A retórica de Trump sobre o BRICS contrasta com as posições de países que integram o grupo, que têm defendido a criação de uma estrutura de governança financeira mais equilibrada, com maior participação de economias emergentes. A ideia central do bloco é oferecer alternativas em áreas como financiamento de infraestrutura, comércio, ciência e tecnologia.
Apesar das críticas norte-americanas, o BRICS tem avançado na construção de uma agenda comum. Entre os temas mais debatidos nas últimas reuniões estão a ampliação do bloco com a inclusão de novos membros estratégicos e o fortalecimento de mecanismos de cooperação inter-regional.
Os próximos meses devem ser marcados por novos movimentos diplomáticos em torno do BRICS, incluindo visitas de Estado, acordos bilaterais e iniciativas conjuntas em fóruns internacionais. Os desdobramentos das declarações de Trump também deverão ser monitorados pelos governos envolvidos e por investidores atentos às relações comerciais globais.
O impacto de uma possível imposição de tarifas dependerá do alcance e da escala das medidas anunciadas. Até o momento, os países do BRICS não responderam oficialmente às declarações do presidente dos Estados Unidos.
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