sábado, abril 19, 2025
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》Trump debocha da China e pede que país se renda aos EUA para acabar com a guerra comercial – Expresso Noticias

Vamos ao assunto:

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que a responsabilidade por uma retomada das negociações comerciais entre Washington e Pequim cabe à China. A declaração ocorre em meio à intensificação do conflito tarifário entre os dois países, após medidas de retaliação anunciadas por ambos os lados.

A posição foi comunicada pela secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, durante entrevista coletiva nesta terça-feira, 15 de abril. Segundo ela, Trump declarou: “A bola está com a China. A China precisa fazer um acordo conosco. Nós não precisamos fazer um acordo com eles.”

As declarações vieram após a China ordenar a suspensão das entregas de aeronaves da Boeing por parte de suas companhias aéreas.

Além disso, empresas chinesas foram orientadas a interromper a compra de peças e equipamentos aeronáuticos de fornecedores norte-americanos. A medida afeta diretamente a fabricante norte-americana, que considera o mercado chinês como estratégico para seu crescimento no setor de aviação comercial.

Em publicação na plataforma Truth Social, Trump comentou a decisão de Pequim ao afirmar que a China “acabou de desistir do grande acordo com a Boeing”, em referência a contratos assinados durante seu primeiro mandato.

O presidente também indicou que sua administração está conduzindo conversas com diversos parceiros internacionais para estabelecer acordos comerciais que envolvam a redução de barreiras tarifárias. Segundo a Casa Branca, esses acordos podem resultar em concessões nos aumentos tarifários anunciados recentemente.

De acordo com Leavitt, essas tarifas estão suspensas por 90 dias a partir de 10 de abril, com o objetivo de criar espaço para o avanço das negociações. A secretária informou ainda que Trump está avaliando “pelo menos 15 propostas” e “deseja aprovar pessoalmente todos os acordos” que possam resultar dessas conversas.

O atual estágio da disputa comercial teve início em 2 de abril, quando os Estados Unidos impuseram uma tarifa de 34% sobre produtos chineses.

Em resposta, a China anunciou em 12 de abril uma tarifa de 125% sobre todas as importações provenientes dos Estados Unidos. No último desdobramento, Washington elevou suas tarifas para até 145%, atingindo setores estratégicos do comércio bilateral.

A escalada tarifária levou analistas a avaliar os impactos sobre grandes empresas exportadoras, especialmente nos setores aeroespacial, agrícola e tecnológico.

A Boeing, que já enfrentava dificuldades anteriores relacionadas à segurança e produção do modelo 737 Max, vê agora um obstáculo adicional com a decisão chinesa de interromper entregas e suspender compras de componentes aeronáuticos.

O cenário também abre espaço para a ampliação da presença da fabricante europeia Airbus no mercado asiático.

A companhia já mantém operações significativas na China e pode se beneficiar do afastamento comercial entre os governos de Pequim e Washington. Até o momento, não houve manifestações públicas por parte da Airbus sobre a possibilidade de ampliar sua atuação no país.

Especialistas apontam que a suspensão de entregas da Boeing pode gerar efeitos em cadeia, atingindo fornecedores e empregos nos Estados Unidos.

A empresa, no entanto, ainda não divulgou um posicionamento oficial sobre as medidas adotadas por Pequim.

Com a continuidade das tensões, diplomatas e representantes comerciais de ambos os países têm evitado indicar qualquer previsão para a retomada formal de negociações de alto nível. A sinalização da Casa Branca é de que novas conversas dependem de uma iniciativa concreta por parte do governo chinês.

Enquanto isso, os 90 dias de suspensão parcial das tarifas estão sendo utilizados como margem de manobra para negociações paralelas com outras nações. A estratégia, segundo fontes ligadas ao governo, visa reduzir a dependência de determinados mercados e criar novas rotas de exportação para setores afetados pelas medidas chinesas.

A guerra comercial entre China e Estados Unidos continua sem perspectiva de encerramento imediato, mantendo incertezas sobre os rumos da economia global e os impactos diretos sobre cadeias produtivas internacionais.

A administração norte-americana afirma que seguirá impondo medidas “proporcionais” caso não haja avanços concretos no diálogo com Pequim.

O governo chinês, por sua vez, ainda não emitiu novas declarações oficiais após a coletiva de Leavitt. A expectativa é de que novas respostas possam ser formuladas ao longo dos próximos dias, conforme as consequências econômicas das últimas decisões se tornem mais visíveis.

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