Esportes

Jenni Hermoso vai à Justiça e denuncia Luis Rubiales por agressão sexual

Com a denúncia, o Ministério Público deve acelerar os procedimentos para levar o dirigente a julgamento

Reprodução/Instagra/@jennihermoso
Jenni Hermoso celebrando gol durante a Copa do Mundo Feminina

A atacante Jenni Hermoso apresentou uma denúncia formal contra Luis Rubiales, presidente afastado da Real Federação Espanhola de Futebol, em razão do beijo na boca sem consentimento que recebeu do dirigente durante a celebração do título da Copa do Mundo, no mês passado. A acusação classifica o ato como agressão sexual, conforme recomendado pelo Ministério Público espanhol, que abriu uma investigação sobre o caso no final de agosto. Com a denúncia, o MP deve acelerar os procedimentos para levar Rubiales a julgamento. Até então, havia dificuldade em levar a questão à esfera criminal, uma vez que o artigo 191.1 do Código Penal da Espanha determina que a atuação em casos de agressão sexual só pode ocorrer quando a denúncia vem da própria vítima ou de um representante legal. O MP só costuma dar o pontapé inicial em casos nos quais as vítimas são menores ou possuam algum tipo de deficiência. Com a denúncia de Hermoso, de acordo com uma nova lei sobre consentimento sexual aprovada no ano passado, o dirigente poderá enfrentar uma multa ou uma pena de prisão de um a quatro anos se for considerado culpado.

Na esfera esportiva, Rubiales já enfrentou consequências e foi afastado por 90 dias pela Fifa, enquanto uma investigação interna é conduzida pela entidade. Era esperado que o dirigente renunciasse, mas, em assembleia geral extraordinária da RFEF, ele garantiu que não entregaria o cargo, disse ser vítima de perseguição e defendeu-se dizendo que o beijo foi consentido. Hermoso o rebateu e afirmou que não houve consentimento em nenhum momento. A atacante e as demais companheiras de seleção comunicaram que não defenderão mais a Espanha enquanto “os atuais dirigentes continuarem no poder”. Com o presidente titular afastado, a federação vem sendo comandada interinamente por Pedro Rocha, que promoveu mudanças, inclusive no comando da seleção feminina. Ele demitiu o treinador Jorge Vilda, que tinha problemas de relacionamento com as jogadoras e foi visto aplaudindo Rubiales na assembleia, para entregar o cargo à auxiliar Montse Tomé, primeira mulher a treinar a equipe nacional.

*Com informações do Estadão Conteúdo