》Família de Juliana Marins aciona Justiça para que nova autópsia seja realizada no Brasil – ExpressoNoticias
Vamos ao assunto:
A família de Juliana Marins, jovem que morreu após cair em um penhasco durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, quer que uma nova autópsia seja feita. Em comunicado nas redes sociais, divulgado na manhã desta segunda-feira (30), os familiares explicaram que desejam realizar o exame no Brasil.
“Com o auxílio do GGIM (Gabinete de Gestão Integrada Municipal) da Prefeitura de Niterói, acionamos a DPU-RJ (Defensoria Pública da União), que imediatamente fez o pedido na Justiça Federal solicitando uma nova autópsia no casa da minha irmã, Juliana Marins. Acreditamos no Judiciário Federal brasileiro e esperamos uma decisão positiva nas próximas horas“, afirmou Mariana Marins, irmã da brasileira, no perfil do Instagram criado para divulgar informações sobre o caso.
Na última sexta-feira (27), o médico legista responsável pela autópsia, realizada na Indonésia, declarou à BBC que Juliana teria morrido na terça (24) ou na quarta (25). O acidente ocorreu na sexta (20). Segundo Ida Bagus Alit, a jovem faleceu por conta de uma hemorragia interna provocada por lesões no tórax.
“Encontramos arranhões e escoriações, bem como fraturas no tórax, ombro, coluna e coxa. Essas fraturas ósseas causaram danos a órgãos internos e sangramento. A vítima sofreu ferimentos devido à violência e fraturas em diversas partes do corpo“, disse o especialista forense.

Alit ressaltou que as evidências indicam que a morte ocorreu logo após os ferimentos. “Havia um ferimento na cabeça, mas nenhum sinal de hérnia cerebral. A hérnia cerebral geralmente ocorre de várias horas a vários dias após o trauma. Da mesma forma, no tórax e no abdômen, houve sangramento significativo, mas nenhum órgão apresentou sinais de retração que indicassem sangramento lento. Isso sugere que a morte ocorreu logo após os ferimentos“, detalhou.
Ainda segundo o legista, os indícios apontam para morte quase imediata, cerca de 20 minutos após um impacto —além da queda inicial na trilha, ela provavelmente caiu outras vezes nos dias seguintes, já que o local era bastante íngreme. A principal hipótese é que uma dessas outras quedas gerou os ferimentos que levaram a sua morte.
A estimativa, no entanto, contrasta com a informação divulgada anteriormente pela Basarnas, a Defesa Civil da Indonésia, que afirmou que Juliana foi encontrada sem vida na noite de terça-feira (24). “De fato, é diferente da declaração de Basarnas. Há uma diferença de cerca de seis horas em relação ao horário declarado por Basarnas. Isso se baseia nos dados de cálculo do médico“, explicou Alit.
Conforme o legista, Juliana pode ter sobrevivido até quatro dias após a queda. Ele ponderou, porém, que é extremamente difícil determinar o momento exato da morte, devido a fatores como o tempo de transporte do corpo e as condições ambientais, como temperatura e umidade.

Ao “Fantástico” deste domingo (29), Manoel Marins, pai da jovem, relatou a demora para os primeiros socorros. Segundo ele, o guia turístico só enviou um vídeo de Juliana ao chefe após duas horas da queda. “Ele mandou um recado para o chefe dele, que acionou o parque, que em vez de acionar a Defesa Civil, aciona a brigada para os primeiros socorros“, disse.
A primeira equipe iniciou a subida por volta das 8h30, mas só alcançou o ponto do acidente às 14h. Após a tentativa sem sucesso, a administração do parque foi avisada que o caso não era simples e que acionaria a Basarnas. Manoel disse que os socorristas com materiais qualificados só conseguiram chegar ao local por volta das 19h. As buscas foram suspensas no domingo (22) por causa do más condições climáticas. “Juliana já estava morta na segunda-feira de manhã“, lamentou.
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