》Agente britânico se infiltrou na Agência Internacional de Energia Atómica para fomentar guerra contra Irã – Expresso Noticias
Vamos ao assunto:
O site The Grayzone teve acesso a documentos confidenciais que mostram a influência que o agente Nicholas Langman, do MI6 (Serviço de Inteligência Britânico), teve sobre a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA). Ele foi responsável por criar a animosidade entre os países ocidentais e o Irã, causando o início de uma guerra econômica.
A identidade do agente já esteve comprometida em duas outras ocasiões. Em 1997, o público europeu estava especulando sobre a responsabilidade do MI6 na morte da Princesa Diana. Langman chegou a Paris semanas antes do acidente para conduzir “operações de informação” e mascarar acusações sobre o caso. Ele também foi responsável, em 2005, por torturar 28 paquistaneses em Athenas suspeitos de participarem de um ato terrorista em Londres.
A biografia do agente veterano do MI6 revela que ele “liderou grandes equipes interagências para identificar e derrotar a disseminação da tecnologia de armas nucleares, químicas e biológicas, inclusive por meio de meios técnicos inovadores e sanções”. Ele foi responsável por orquestrar as sanções econômicas instauradas pelo ocidente contra o Irã ao “[construir] relações altamente eficazes e de apoio mútuo dentro do governo e com colegas seniores dos EUA, Europa, Oriente Médio e Extremo Oriente” entre 2010 e 2012.
A suposta influência exercida por Langman sobre a AIEA reforça as acusações do Irã de que o órgão internacional estaria atuando em conluio com o Ocidente e Israel para fragilizar sua soberania. O governo iraniano afirma que o órgão teria repassado à inteligência israelense os nomes de seus principais cientistas nucleares (que posteriormente foram assassinados) além de fornecer informações estratégicas aos Estados Unidos e a Israel, utilizadas nos bombardeios às instalações nucleares do país durante a ofensiva militar ocorrida em junho.
Entre 2010 e 2012, a postura de governos e instituições internacionais em relação ao Irã mudou drasticamente. Nesse período, países ocidentais e organismos multilaterais adotaram medidas punitivas severas contra o país, enquanto Israel intensificava operações secretas letais contra cientistas nucleares iranianos. Coincidentemente, essa fase corresponde ao período em que Langman atuou no Centro de Contraproliferação do Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido. Segundo os documentos classificados, ele teria usado o cargo para influenciar organizações ligadas à ONU, promovendo uma campanha internacional de cortes de relações com o Irã.
Em 2015, o governo Obama firmou o Acordo Nuclear (JCPOA), que impôs severas limitações à pesquisa atômica do país em troca de um alívio parcial das sanções. A AIEA, amplamente instrumentalizada nesse processo, obteve acesso irrestrito às instalações nucleares iranianas, colhendo dados estratégicos que, mais tarde, seriam usados para fins questionáveis.
Teerã acusa a agência de atuar como braço técnico da inteligência ocidental. Segundo o governo iraniano, informações sigilosas de seus principais cientistas nucleares foram entregues a Israel . Entre eles estava Mohsen Fakrizadeh assassinado em 2020 após ser citado publicamente por Benjamin Netanyahu. A ofensiva contra o Irã não se restringiu à diplomacia: envolveu assassinatos, espionagem e sabotagens com apoio tácito das instituições multilaterais.
Documentos vazados recentemente revelam que Rafael Grossi, atual diretor da AIEA, manteve relações estreitas com autoridades israelenses, o que teria favorecido sua ascensão ao cargo. O silêncio da AIEA diante das acusações reforça a percepção de que o organismo perdeu sua neutralidade, tornando-se cúmplice de uma campanha de hostilidade geopolítica disfarçada de regulação internacional.
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