Flamengo e Athletico-PR chegam à final da Libertadores com estratégias distintas na montagem de elenco
Rubro-Negro carioca manteve a base da temporada passada, enquanto Furacão fechou com jogadores importantes durante 2022
Flamengo e Athletico-PR vão disputar a final da Copa Libertadores da América neste sábado, 29, no Estádio Monumental Isidro Romero Carbo, em Guayaquil, no Equador. Para chegar ao momento áureo, no entanto, os rivais adotaram estratégias distintas na montagem de elenco. Apesar de não conquistar títulos expressivos e amargar o vice do principal torneio da América do Sul em 2021, o Rubro-Negro carioca manteve sua base e fez contratações pontuais – praticamente todos os reforços são figurantes no time de Dorival Júnior. Já o Furacão, vencedor da Copa Sul-Americana no ano passado, promoveu mudanças radicais em seu plantel. Enquanto o ídolo Nikão deixou a Arena da Baixada para fechar com o São Paulo, Fernandinho, Pablo, Vitor Roque e outros jogadores importantes foram adquiridos, seja no início de 2022 ou no decorrer da temporada.
Do lado flamenguista, as esperanças estão concentradas em jogadores que disputaram a última final de Libertadores da América, como Gabriel Barbosa, Giorgian De Arrascaeta, Éverton Ribeiro e Pedro – os três primeiros também estavam em campo no título de 2019, na vitória sobre o River Plate, em Lima, no Peru. Além do quarteto, David Luiz e Filipe Luís permanecem como titulares nesta temporada e farão a segunda final consecutiva. Já Rodinei, Thiago Maia, João Gomes e Léo Pereira, outros cotados para enfrentar o Athletico-PR, faziam parte do elenco em 2021, mas não participaram do revés para o Palmeiras. O único “intruso” na relação é o goleiro Santos, que saiu justamente do Furacão em abril deste ano. Reforços de 2022, Arturo Vidal, Éverton Cebolinha, Marinho e Erick Pulgar ficarão no banco de reservas.
O Athletico-PR, por sua vez, vive uma situação oposta. Heróis nas classificações diante de Estudiantes (Argentina) e Palmeiras, respectivamente nas quartas e semifinal da Libertadores, Vitor Roque, Alex Santana e Pablo chegaram ao clube nesta temporada – o último foi recontratado pela diretoria paranaense após uma passagem discreta pelo São Paulo. Ponto de equilíbrio do meio-campo, Fernandinho também retornou ao clube após 17 anos, trazendo toda sua experiência adquirida no Manchester City. Por fim, Vitinho voltou depois de servir o Dínamo de Kiev, enquanto Hugo Moura, Vitor Bueno e Canobbio também tiveram momentos de protagonismo no Furacão. O meia-atacante Marlos, aquisição mais badalada do presidente Mario Celso Petraglia, por outro lado, ainda não vingou.
Mudanças de treinadores unem Flamengo e Athletico-PR
Se as estratégias dos finalistas foram diferentes na montagem de elenco, as trocas de treinadores marcam as semelhanças de Flamengo e Athletico-PR. Após o vice na Libertadores da temporada passada, a diretoria flamenguista optou por não renovar com Renato Gaúcho e apostou suas fichas em Paulo Sousa. Sem sucesso no Campeonato Carioca e amargando resultados ruins no início do Brasileirão, o português acabou sendo demitido em junho depois de forte pressão da torcida. O Rubro-Negro carioca, então, resolveu dar mais uma oportunidade a Dorival Júnior, profissional experiente e que estava brilhando no Ceará. No lado paranaense, as trocas foram ainda mais intensas. Com o título da Sul-Americana, Alberto Valentim ganhou uma pequena sobrevida no cargo, sendo dispensado em abril, na primeira rodada do Brasileiro. Seu sucessor foi o também jovem Fábio Carille, que permaneceu no posto por apenas 21 dias, caindo em uma dolorosa goleada para o The Strongest, pela 4ª rodada da fase de grupos da Libertadores. Preferindo mudar de perfil, Petraglia fechou com Luiz Felipe Scolari – o veterano de 73 anos busca fechar a carreira com seu terceiro título continental.