》O presente grego de Trump ao governo Tarcísio em SP – Expresso Noticias
Vamos ao assunto:
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou neste sábado, 26, que as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre exportações brasileiras podem gerar efeitos econômicos significativos no estado. A medida norte-americana entra em vigor no dia 1º de agosto.
Durante participação em evento da XP Investimentos, realizado na cidade de São Paulo, Tarcísio declarou que o impacto no Produto Interno Bruto (PIB) paulista pode variar entre 0,3% e 2,7%, dependendo da duração e da intensidade das sanções comerciais.
“A gente tem feito muitas simulações e o efeito pode ser muito severo”, disse o governador, conforme divulgado pela CNN Brasil.
As novas tarifas atingem diversos produtos exportados pelo Brasil, incluindo setores relevantes para a economia paulista. Segundo o governo estadual, estimativas indicam a possibilidade de perda entre 44 mil e 120 mil postos de trabalho, além de uma redução entre R$ 3 bilhões e R$ 7 bilhões na massa salarial.
A medida adotada pelo governo dos Estados Unidos faz parte de uma política comercial mais protecionista, retomada no novo mandato do presidente Donald Trump. O tarifaço afeta, entre outros produtos, itens da indústria metalúrgica, automotiva, agrícola e de tecnologia.
São Paulo é o estado brasileiro com maior volume de exportações e responde por uma parte significativa do comércio exterior do país. Os setores mais expostos às tarifas são justamente aqueles com maior concentração de produção e empregos no território paulista.
De acordo com dados da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de São Paulo, os Estados Unidos figuram entre os principais destinos das exportações paulistas. Somente em 2024, o comércio entre São Paulo e os EUA movimentou mais de US$ 15 bilhões.
As projeções apresentadas por Tarcísio foram elaboradas por técnicos do governo estadual, com base em diferentes cenários de duração das tarifas e elasticidade da demanda internacional. O governador não descartou a possibilidade de medidas de compensação, mas indicou que a situação exige articulação nacional.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e outras entidades do setor produtivo também têm alertado para os possíveis efeitos da medida, que pode atingir a competitividade de empresas brasileiras no mercado norte-americano. Ainda não há uma definição oficial do governo federal sobre eventual resposta comercial.
A expectativa é que os impactos comecem a ser sentidos já no segundo semestre de 2025, com redução nos volumes exportados e potencial desaceleração na geração de empregos ligados à indústria de exportação.
O governo de São Paulo acompanha a situação junto ao Ministério da Fazenda e ao Itamaraty. Tarcísio defendeu que haja um esforço conjunto para mitigar os efeitos econômicos da medida e evitar uma retração mais profunda na economia paulista.
O aumento de tarifas ocorre em um contexto internacional marcado por tensões comerciais entre países desenvolvidos e economias emergentes. Além do Brasil, outros países também foram alvo de medidas similares por parte dos Estados Unidos, como parte de uma estratégia de reindustrialização doméstica e contenção de desequilíbrios comerciais.
O governo de São Paulo não especificou quais setores serão mais atingidos, mas especialistas apontam que a indústria automotiva e o agronegócio estão entre os mais vulneráveis. Esses setores concentram grande número de empregos formais e movimentam cadeias produtivas de alto impacto regional.
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) informou que prepara um levantamento detalhado sobre os setores mais afetados e deverá apresentar propostas ao governo estadual nos próximos dias.
Além dos efeitos diretos sobre a economia paulista, há preocupação com o reflexo nas contas públicas. Uma eventual desaceleração da atividade econômica pode impactar a arrecadação de tributos como o ICMS, principal fonte de receita do estado.
O governo estadual também estuda medidas de estímulo à diversificação dos mercados de exportação, com objetivo de reduzir a dependência de mercados específicos como o norte-americano. A Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (InvestSP) já iniciou mapeamento de oportunidades em países da Ásia, Europa e América Latina.
Enquanto os efeitos diretos do tarifaço ainda não se consolidam, o governo paulista monitora os desdobramentos e avalia cenários. A depender da extensão da medida, o impacto pode se espalhar por diferentes cadeias produtivas, desde fornecedores até o comércio varejista.
As tarifas dos EUA serão aplicadas sobre uma lista ampliada de produtos, e seu impacto efetivo dependerá do comportamento dos compradores internacionais e da capacidade das empresas brasileiras de redirecionar exportações ou absorver os custos.
A partir de 1º de agosto, o cenário se tornará mais claro para os agentes econômicos. Até lá, o governo paulista segue trabalhando com projeções de curto e médio prazo, enquanto aguarda uma definição da política comercial do governo federal diante das sanções norte-americanas.
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