》Trump dá 10 dias a Putin sob ameaça de sanções – Expresso Noticias

Vamos ao assunto:

Em retorno dos Estados Unidos à diplomacia direta, Trump impõe novo limite à Rússia e ameaça retaliação econômica se guerra não for interrompida em 10 dias


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (29) que dará mais 10 dias à Rússia para chegar a uma trégua com a Ucrânia, estabelecendo um novo prazo para pressionar Vladimir Putin a encerrar a guerra. A declaração foi feita enquanto Trump retornava a Washington a bordo do jato presidencial Força Aérea Um, após uma visita de cinco dias à Escócia.

Em conversa com a imprensa que o acompanhava, ele deixou claro que Moscou terá um período definido para tomar providências. “Daqui a 10 dias”, disse ele aos jornalistas.

Na semana passada, Trump já havia indicado que encurtaria o prazo anteriormente estipulado, ameaçando Moscou com potenciais penalidades econômicas caso o país não tomasse medidas para interromper os combates. No entanto, na ocasião não especificou exatamente o prazo nem quando ele começaria a ser contado.

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O primeiro prazo havia sido anunciado em 14 de julho, quando Trump declarou que a Rússia teria 50 dias para encerrar a guerra — o que colocava o limite em 2 de setembro. Com a nova definição, o presidente norte-americano demonstra uma postura mais imediata diante da escalada dos combates.

“Vamos impor tarifas e coisas assim, e não sei se isso afetará a Rússia, porque ele quer, obviamente, provavelmente continuar a guerra”, comentou Trump nesta terça-feira, referindo-se ao líder russo.

Segundo assessores da Casa Branca, as possíveis sanções incluiriam a aplicação de impostos secundários voltados a países que mantêm comércio com a Rússia, especialmente na compra de commodities estratégicas, como o petróleo. A ideia é aumentar a pressão sobre nações que, até agora, têm evitado aderir às restrições impostas pelo Ocidente.

A decisão de Trump chega em um momento delicado para o cenário internacional. A guerra na Ucrânia segue causando destruição, com ataques constantes a infraestrutura civil. Na capital ucraniana, Kiev, equipes de resgate seguem trabalhando sob os escombros de prédios residenciais atingidos por bombardeios, como foi registrado em junho deste ano.

Enquanto isso, os olhos do mundo voltam a se voltar para o leste europeu, onde a população civil segue pagando o preço mais alto por uma guerra que, até agora, parece não ter fim à vista.

Rússia ignora ameaça de Trump e diz que guerra na Ucrânia continuará

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que Moscou “tomou nota” da posição de Trump / Bloomberg

O Kremlin respondeu nesta terça-feira (29) às recentes declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que reduziu o prazo para que a Rússia busque uma solução para o conflito na Ucrânia. Em nota, as autoridades russas deixaram claro que não pretendem alterar o curso da chamada “operação militar especial” no leste europeu.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, comentou a posição de Trump em entrevista à agência estatal Ria Novosti, afirmando que Moscou “tomou nota” da declaração norte-americana, mas reafirmou o compromisso com a continuidade da intervenção militar. “Continuamos a aderir a um processo pacífico para resolver o conflito em torno da Ucrânia e garantir nossos interesses nesta resolução. Eu evitaria fazer qualquer avaliação aqui. Tomamos nota da declaração do Presidente Trump”, declarou Peskov.

A resposta do Kremlin veio após Trump anunciar que estava encurtando o prazo original de 50 dias, estabelecido em meados de julho, para que a Rússia encerrasse as operações militares. O presidente americano afirmou nesta segunda-feira (28) que o novo período seria de “10 ou 12 dias”, justificando a mudança pela falta de avanços concretos e pela “perda de confiança nas intenções de Moscou”. Ao lado do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, Trump foi direto: “Não há motivo para esperar”.

Apesar da pressão internacional e das ameaças de novas sanções econômicas, incluindo tarifas secundárias sobre países que negociam com a Rússia, o Kremlin mantém sua postura intransigente. Peskov também aproveitou para comentar a possibilidade de um encontro entre os líderes dos EUA e da Rússia, afirmando que a questão “não foi levantada substancialmente” e “permanece fora de questão” por enquanto.

A declaração russa demonstra que, mesmo diante de pressões diplomáticas e econômicas, Moscou segue determinada a manter seu plano de ação no território ucraniano. A guerra, que já completa mais de dois anos, continua causando destruição e deslocamento em larga escala, com ataques frequentes contra infraestrutura civil.

Enquanto isso, a comunidade internacional acompanha com preocupação o impasse entre as duas potências, sem grandes perspectivas de uma solução imediata. Com o novo prazo de Trump começando a contar, os próximos dias devem ser decisivos para definir se haverá alguma mudança no rumo do conflito – ou se a Rússia manterá seu caminho, apesar das advertências.

Guerra Rússia-Ucrânia: Os desdobramentos do 1.251º dia de conflito

Militares da 48ª Brigada de Artilharia Separada disparam um obus autopropulsado 2S22 Bohdana contra tropas russas perto de uma linha de frente na região de Kharkiv, Ucrânia, em 27 de julho de 2025 [Sofiia Gatilova/Reuters]
Aqui estão os principais eventos do dia 1.251 da guerra da Rússia na Ucrânia / Reuters

Enquanto o conflito entre Rússia e Ucrânia atinge seu 1.251º dia, os combates seguem intensos, com ataques aéreos, avanços terrestres e até mesmo ciberataques entrando no cenário de uma guerra que já dura mais de três anos. Nesta terça-feira, 29 de julho de 2025, as informações vindas da linha de frente revelam um dia marcado por violência, resistência e consequências para civis e militares.

Ataque a Kiev

Na madrugada desta terça, um ataque russo com drones atingiu um prédio residencial de 25 andares na capital ucraniana, Kiev, deixando oito pessoas feridas, entre elas uma menina de apenas quatro anos. O chefe da administração militar da cidade, Tymur Tkachenko, confirmou o incidente, que faz parte de uma onda maior de ataques.

Segundo a Força Aérea Ucraniana, as forças russas lançaram um total de 324 drones, quatro mísseis de cruzeiro e três mísseis balísticos em diferentes regiões do país. Um dos principais alvos foi a cidade de Starokostiantyniv, onde fica uma importante base aérea ucraniana.

A defesa antiaérea ucraniana afirmou ter interceptado 309 drones e dois mísseis, mas 15 drones e outros dois mísseis conseguiram atingir seus alvos em três locais não especificados. Em Kropyvnytskyi, no centro do país, um dos ataques provocou um incêndio, felizmente sem vítimas.

Do lado russo, o Ministério da Defesa alegou que os ataques atingiram uma base aérea e um depósito de munições ucraniano, onde seriam armazenados mísseis e componentes para a produção de drones.

Tensões na Fronteira Polonesa

Enquanto os ataques se intensificavam, a Polônia precisou mobilizar caças e aeronaves aliadas para proteger seu espaço aéreo. A medida foi tomada após mísseis russos atingirem o oeste da Ucrânia, próximo à fronteira polonesa, aumentando o temor de uma escalada regional.

Avance russo no leste

No campo de batalha terrestre, as tropas russas continuam pressionando. O Ministério da Defesa da Rússia anunciou a tomada de dois assentamentos no leste da Ucrânia: Boikivka e Belhiika. O avanço faz parte de uma estratégia de desgaste em regiões já duramente afetadas pela guerra.

Fora do campo de batalha, a guerra também se desenrola no mundo digital. A companhia aérea russa Aeroflot teve que cancelar mais de 50 voos nesta segunda-feira após um suposto ataque cibernético. Dois grupos de hackers pró-Ucrânia reivindicaram a ação, que causou transtornos em viagens domésticas na Rússia.

Enquanto isso, as forças ucranianas seguram as posições com artilharia de ponta. Imagens registradas por Sofiia Gatilova, da Reuters, mostram militares da 48ª Brigada de Artilharia Separada utilizando o obus autopropulsado 2S22 Bohdana contra tropas russas na região de Kharkiv, uma das áreas mais críticas da frente de batalha.

Um conflito que não cessa

Com mais de três anos de guerra, os civis continuam pagando o preço mais alto. Enquanto líderes mundiais discutem possíveis soluções diplomáticas, no terreno, a realidade é de destruição, famílias deslocadas e um futuro incerto para milhões de pessoas.

A cada dia que passa, o conflito se aprofunda, deixando marcas que levarão décadas para serem superadas. Enquanto isso, o mundo acompanha, esperando por um fim que ainda parece distante.

Além dos combates no front, o conflito entre Rússia e Ucrânia segue sendo palco de intensas movimentações políticas e diplomáticas, com os Estados Unidos ampliando sua pressão por uma solução negociada, enquanto a União Europeia busca fortalecer a capacidade de defesa ucraniana.

Trump aumenta pressão sobre a Rússia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estabeleceu um novo prazo para que a Rússia aceite um acordo de paz: “10 ou 12 dias”. Caso contrário, Moscou enfrentará novas e duras sanções. A declaração foi recebida com otimismo pelo governo ucraniano.

O presidente Volodymyr Zelenskyy elogiou a postura firme de Trump, agradecendo-lhe “por seu foco em salvar vidas e impedir esta guerra horrível”. A mensagem de Zelenskyy reforça a expectativa de que Washington continue a desempenhar um papel central nas negociações, mesmo diante da resistência russa.

Por outro lado, o ex-presidente russo Dmitry Medvedev criticou acordos comerciais entre a União Europeia e os EUA, classificando-os como “anti-russos”. Ele comparou as medidas a uma “proibição indireta” da compra de petróleo e gás russos, evidenciando as tensões econômicas que ainda permeiam o conflito.

Enquanto isso, a União Europeia busca reduzir a dependência ucraniana de tecnologias estrangeiras. Andrius Kubilius, comissário de Defesa e Espaço da UE, afirmou ao Euractiv que países não membros do bloco, incluindo a Ucrânia, poderão integrar a rede de satélites IRIS², um sistema de comunicação seguro desenvolvido pela Europa.

A iniciativa é vista como uma alternativa estratégica ao Starlink, de Elon Musk, que até agora tem sido vital para as operações militares ucranianas. Com o IRIS², a Ucrânia ganharia maior autonomia em suas comunicações, reduzindo riscos de interrupções ou interferências.

No campo militar, a Ucrânia segue avançando na produção própria de armamentos. Dados da Agência de Compras de Defesa da Ucrânia, divulgados pelo Kyiv Independent, mostram que mais de 71% dos equipamentos militares adquiridos no primeiro semestre de 2025 foram fabricados localmente.

O aumento reflete os esforços do país para reduzir a dependência de ajuda externa e fortalecer sua capacidade de defesa a longo prazo. A produção nacional inclui desde munições até sistemas de artilharia, como o 2S22 Bohdana, utilizado com eficiência nas linhas de frente.

Enquanto a guerra se arrasta, a pressão diplomática aumenta, mas sem garantias de um desfecho breve. A ameaça de novas sanções contra a Rússia, a expansão de sistemas de comunicação independentes e o fortalecimento da indústria bélica ucraniana mostram que ambos os lados se preparam para um conflito prolongado.

Enquanto isso, civis continuam sofrendo os impactos dos bombardeios, e o mundo aguarda para ver se a última exigência de Trump terá efeito sobre o Kremlin – ou se a guerra seguirá seu curso trágico.


Com informações de United24, Bloomberg e Aljazeera*

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