Palmeiras é hendecacampeão ou undecacampeão? Veja a grafia correta e os títulos conquistados no Brasileiro
Com o título garantido, muitos palmeirenses se questionam sobre qual é o termo correto para designar o time, onze vezes campeão nacional
O Palmeiras faturou nesta quarta-feira, 26, o troféu do Campeonato Brasileiro 2022, no complemento da 35ª rodada. Após vencer o Athletico-PR e chegar aos 74 pontos, o Alviverde contou com os tropeços de Internacional e Corinthians para ficar com o caneco antecipadamente. Com o título garantido, muitos torcedores se questionam sobre qual é o termo correto para designar o time palmeirense, onze vezes campeão nacional — o clube ganhou as edições de 1960, 1967 (duas vezes), 1969, 1972, 1973, 1993, 1994, 2016, 2018 e 2022. De acordo com o dicionário, as grafias hendecacampeão e undecacampeão são as certas. A primeira se baseia no grego hendeca, que significa onze, enquanto a segunda é a forma latina da expressão. Rivais dos palmeirenses, entretanto, não querem saber da grafia e contestam a quantidade de títulos obtidos pelo clube no principal torneio nacional. Em 2010, no entanto, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), então presidida por Ricardo Teixeira, promoveu a unificação do Brasileirão com os extintos Taça Brasil e Torneio Roberto Gomes Pedrosa (ou Taça de Prata). Veja abaixo todos os títulos obtidos pelo Palmeiras.
Taça Brasil e Robertão
O Palmeiras levantou quatro troféus do Campeonato Brasileiro antes da nomenclatura atual, sendo todos conquistados pela chamada Primeira Academia de Futebol. O primeiro foi obtido em 1960, na disputa da Taça Brasil, quando o Alviverde entrou direto na semifinal por ser o atual campeão paulista e fez apenas quatro jogos. Na campanha, os palmeirenses contabilizaram três vitórias e um empate, passando por Fluminense (semi) e Fortaleza (final). Sete anos depois, o Verdão voltou a ganhar a competição, disputada no segundo semestre de 1967. Nesta edição, que reuniu os vencedores estaduais de 1966, o Palmeiras levou a taça após somar quatro triunfos e duas derrotas, superando o Náutico na finalíssima. No mesmo ano, o Alviverde conquistou o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, também conhecido como Robertão, organizado pelas Federações Paulista e Carioca, como uma ampliação do Rio-São Paulo. A campanha palestrina foi de 20 partidas, com dez vitórias, oito empates e duas derrotas. Já o quarto título nacional foi o Robertão de 1969, o único campeonato disputado naquela ano, já que a Taça Brasil havia sido extinta em 1968. Durante o torneio, o Palmeiras ganhou dez duelos, empatou três e sofreu seis revezes.
Segunda Academia de Futebol conquista bi
O pentacampeonato do Palmeiras no Brasileirão, em 1971, ficou marcado por inaugurar a era gloriosa da Segunda Academia de Futebol. Liderado por Oswaldo Brandão, técnico que já havia sido campeão em 1960, o time tinha como protagonistas o goleiro Leão, o volante Dudu e os meias Ademir da Guia e Leivinha. Em 30 partidas disputadas, o Verdão contabilizou 16 vitórias, 10 empates e somente 4 derrotas. No ano seguinte, com a mesma base, o Alviverde chegou ao hexa tendo como pilar seu forte sistema defensivo. Mesmo enfrentando uma maratona de partidas, já que o torneio foi disputado por 40 equipes, os palmeirenses sofreram apenas 13 gols em toda a campanha — foram 25 triunfos, doze empates e três derrotas.
De volta às glórias com a Parmalat
Após empilhar títulos nas décadas de 1960 e 1970, o Palmeiras viveu um período turbulento em sua história, ficando 16 anos sem erguer um troféu. O jejum só foi encerrado em 1993, quando o Verdão superou o Corinthians na final do Estadual e deu início a uma nova era vencedora. Contando com o forte aporte financeiro da Parmalat, fabricante de laticínios patrocinadora do clube, o Alviverde montou uma equipe galáctica, com Edmundo, Roberto Carlos, Zinho, Evair e outros craques. Já em 1993, os palmeirenses buscaram o hepta com uma trajetória praticamente perfeita, registrando 16 vitórias, quatro empates e duas derrotas. O adversário da grande decisão foi o Vitória, derrotado por 2 a 0. Na temporada seguinte, o Palmeiras conquistou mais um bicampeonato, desta vez com sabor especial. Na finalíssima, a “vítima” foi o Corinthians, rival que sofreu com o talento do ainda jovem meia-atacante Rivaldo. Em toda a trajetória do octa, a equipe computou 20 vitórias, seis igualdades e apenas cinco revezes.
Tri nos pontos corridos
O Alviverde, mais uma vez, ficou um longo período sem faturar um troféu do Campeonato Brasileiro. Após a Parmalat retirar o investimento, o clube amargou temporadas ruins, sendo rebaixado para a Série B em duas oportunidades (2002 e 2012) e transformando-se em figurante em nível nacional. A crise só chegou ao fim com a reestruturação feita pelo presidente Paulo Nobre, seguida da parceria com Crefisa e Faculdade das Américas — as empresas são presididas por Leila Pereira, ex-conselheira e atual mandatária do Verdão. Assim, o clube retomou o caminho da taça no Brasileirão em 2016, exatamente 22 anos depois do octa. Já no sistema de pontos corridos, o time mostrou muita regularidade sob a batuta do técnico Cuca, contabilizando 24 vitórias, 8 empates e 6 derrotas. As grandes figuras daquela campanha, sem dúvidas, ficaram por conta dos atacantes Dudu e Gabriel Jesus, além dos veteranos Fernando Prass e Zé Roberto.
Já estável financeiramente, o Palmeiras chegou ao deca em 2018, em uma histórica campanha de recuperação. Multicampeão no clube na década de 1990, Luiz Felipe Scolari retornou ao Palestra para fazer a equipe engrenar no segundo turno, superando Flamengo, Internacional e São Paulo, seus principais concorrentes. Ao todo, foram 23 vitórias, 11 empates e quatro derrotas em 38 rodadas. Já nesta temporada, após o bicampeonato da Libertadores (2020 e 2021), o Verdão conquistou o torneio nacional sem dificuldades, ostentando o melhor ataque e a defesa menos vazada. Priorizando a competição desde o início, o conjunto de Abel Ferreira “sobrou”, registrando apenas duas derrotas até o momento — nenhuma como visitante.