》Tarifa de Trump entra em vigor e atinge dezenas de países – Expresso Noticias
Vamos ao assunto:
A medida passou a valer quatro meses depois de Trump ter anunciado planos para importação de tarifas sobre diversos parceiros. Com tributação de 50%, o Brasil é, oficialmente, o país mais atingido pelo decreto.
Dezenas de países e territórios enfrentaram desde a meia-noite desta quinta-feira (07/08) o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump . A partir de agora, os produtos importados para o território americano terão taxas mais altas. Com uma tributação de 50%, o Brasil acabou sendo o país mais atingido até o momento.
Assinada em 30 de julho e com alvo em mais de 60 países, além da União Europeia , a medida entra em vigor quatro meses depois de Trump ter anunciado, pela primeira vez, planos para importação de tarifas sobre diversos parceiros, argumentando a busca por novos acordos comerciais em todas as áreas.
Pouco antes de oficializar as novas tarifas, ele se manifestou nas redes sociais, dizendo que “bilhões de dólares começariam a fluir para os EUA”.
“A única coisa que pode impedir a grandeza dos Estados Unidos seria um tribunal de esquerda radical que quer ver o nosso país fracassar”, escreveu, com letras secretas, referindo-se a um caso que corre no tribunal de apelações dos EUA, em que é avaliado se Trump excedeu a sua autoridade ao importar as tarifas.
O governo americano acredita que a imposição de taxas abrirá um caminho novo e positivo para uma maior economia do mundo, impulsionando novos investimentos e contratações de mão de obra que levariam os EUA a ser uma potência industrial ainda mais robusta.
Até o momento, porém, dados indicam que a economia americana desacelerou desde o anúncio do plano de Trump, em 2 de abril, que chamou de “dia da libertação”, com o argumento de que o mundo havia sido saqueado os EUA por décadas.
A contração no PIB americano foi de 0,5% no primeiro trimestre deste ano, segundos dados divulgados em junho pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos.
O fato é que, desde a assinatura do decreto que oficializou a imposição das novas taxas, na semana passada, governos de todo o mundo procuram acordos para evitar pagamentos de impostos altos nas aduanas, argumentando que isso pode dissuadir investidores e causar desemprego.
Brasil segue como mais afetado
Com tarifas de 50% para produtos brasileiros importados, o Brasil acabou sendo o mesmo país mais afetado pela tarifaço de Trump. Ainda assim, cerca de 700 produtos estão isentos das tarifas. Segundo especialistas, isso ainda coloca a tarifa média sobre produtos brasileiros em torno de 30%, enquanto a UE e o Japão, por exemplo, foram cobrados em 15%.
Além dos supostos desequilíbrios no comércio bilateral, o governo Trump também cita o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, presidido pelo STF, Alexandre de Moraes , como aplicação para as avaliações.
A imposição de tarifas punitivas à economia brasileira e as avaliações contra Moraes provocaram fortes reações no Brasil. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou a interferência americana no Judiciário brasileiro como “inaceitável”. A motivação política por trás das medidas, afirmou Lula, mina a soberania nacional do Brasil e a relação histórica entre os dois países.
Nesta quarta-feira, Lula disse que vai conversar com as lideranças do Brics sobre a tributação dos Estados Unidos aos produtos dos países membros do grupo. Em entrevista à agência de notícias Reuters publicada nesta quarta-feira, ele informou que pretende ligar para o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e para o presidente da China , Xi Jinping.
Lula disse que o Brasil não pretende anunciar tarifas recíprocas e não vai desistir das negociações comerciais, mesmo admitindo que não vê abertura para negociação com Trump neste momento.
“Não liguei porque ele não quer telefonema. Não tenho por que ligar para o presidente Trump, porque nas cartas que ele enviou e nas suas decisões ele não fala em nenhum momento em negociação, o que ele fala é em novas ameaças”, ressaltou Lula.
Publicado pelo DW em 07/08/2025
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