》Rússia diz que EUA e OTAN estão ampliando a presença militar em suas fronteiras – Expresso Noticias

Vamos ao assunto:

O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, acusou nesta segunda-feira (11) os Estados Unidos e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) de intensificar a presença militar próxima às fronteiras russas, classificando a movimentação como uma ameaça direta à segurança do país.

Em entrevista divulgada pela agência estatal TASS, o diplomata afirmou que a resposta de Moscou poderá incluir a revisão de compromissos assumidos no Tratado sobre Forças Armadas Convencionais na Europa (FACE).

Ryabkov declarou que a movimentação de tropas e equipamentos por Washington e aliados “obriga a Rússia a reagir” e que “tudo o que Moscou faz em termos de implantação de armas é uma reação às ações dos americanos e seus aliados”. Ele afirmou que o objetivo é “esfriar os ânimos” nos países da OTAN, abandonando obrigações que considera desfavoráveis em um contexto de pressão crescente.

O vice-ministro também sinalizou que a Rússia dispõe de armamentos avançados além dos complexos hipersônicos Oreshnik já conhecidos. Sem detalhar quais, afirmou que o arsenal do país é diversificado e moderno, capaz de responder a qualquer ameaça militar.

Ryabkov descartou falar em “distensão” nas relações bilaterais com os Estados Unidos, afirmando que, no cenário atual, o mais urgente é haver “vontade política para baixar a temperatura” das tensões internacionais. Ainda assim, disse perceber “primeiros sinais de bom senso” no diálogo com Washington, embora tenha alertado que o risco de um conflito nuclear “não está diminuindo”.

O diplomata demonstrou preocupação com o futuro do Novo Tratado START, acordo que limita o número de ogivas e lançadores estratégicos de Rússia e EUA. Ele advertiu que, caso expire em 2026 sem renovação ou substituto, o mundo poderá ficar sem mecanismos formais de controle nuclear pela primeira vez em mais de 50 anos.

As declarações foram feitas no momento em que, segundo autoridades norte-americanas, há discussões sobre um possível acordo para encerrar o conflito na Ucrânia com base na atual linha de contato, proposta mencionada recentemente pelo senador republicano J.D. Vance, aliado do presidente Donald Trump.

O Tratado FACE, firmado em 1990 ao final da Guerra Fria, buscava equilibrar forças convencionais entre a OTAN e o Pacto de Varsóvia, prevenindo ofensivas militares em larga escala na Europa. A Rússia suspendeu sua participação em 2007, alegando que a expansão da OTAN para o leste violava o espírito do pacto.

Já o Novo START, assinado em 2010 e prorrogado até 2026, é o último grande acordo de controle de armas nucleares entre Moscou e Washington. Especialistas alertam que, sem ele, aumentaria o risco de confrontação nuclear direta.

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