》Ucrânia oferece bilhões a Trump em troca de proteção – Expresso Noticias
Vamos ao assunto:
Documento revela plano de US$ 100 bilhões em armas e US$ 50 bilhões em drones para garantir segurança após eventual cessar-fogo com a Rússia
A Ucrânia apresentou ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, uma proposta ousada: investir US$ 100 bilhões na compra de armas americanas, com financiamento europeu, em troca de garantias concretas de segurança no cenário pós-guerra. A informação consta em um documento confidencial, revelado pelo Financial Times, que detalha as condições que Kiev gostaria de firmar em Washington.
O plano não se limita apenas à aquisição de armamentos. Segundo o material, a Ucrânia também busca fechar um acordo paralelo de US$ 50 bilhões para produzir drones em parceria com empresas locais, setor no qual o país se destacou desde o início da invasão em larga escala pela Rússia, em 2022.
Essas propostas foram compartilhadas com aliados europeus antes da reunião considerada crucial entre o presidente Volodymyr Zelenskyy e Trump, realizada nesta segunda-feira (18) na Casa Branca. Pessoas próximas às negociações confirmaram ao jornal britânico que a lista de pontos de discussão não havia sido divulgada até então.
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O que Kiev quer comprar
Embora o documento não detalhe cada item do pacote de armamentos, a Ucrânia sinalizou seu interesse em adquirir pelo menos dez sistemas de defesa aérea Patriot, fabricados nos EUA. Esses equipamentos são vistos como essenciais para proteger centros urbanos e infraestrutura estratégica, alvos frequentes de ataques russos. Também há a expectativa de aquisição de outros mísseis e equipamentos de alta tecnologia, mas os valores exatos da divisão entre compra e investimento em drones não foram especificados.
A proposta de Kiev é claramente pensada para dialogar com o discurso de Trump, que tem repetido a ideia de que os EUA não devem “dar nada de graça” à Ucrânia. Questionado sobre o assunto durante o encontro, o presidente americano respondeu: “Não estamos dando nada. Estamos vendendo armas.”
O impacto da reunião com Putin
O esforço ucraniano ocorre em um momento delicado. Na semana anterior, Trump se encontrou com o presidente russo, Vladimir Putin, no Alasca, e sinalizou uma possível aproximação em torno da busca por um cessar-fogo. Após essa reunião, Kiev passou a se mobilizar para reafirmar seu espaço político e estratégico junto aos EUA.
No documento enviado a Washington, a Ucrânia reforça o pedido de um cessar-fogo, posição que Trump inicialmente havia defendido, mas depois relativizou diante de Putin. O texto alerta: “Uma paz duradoura não se baseará em concessões e presentes gratuitos a Putin, mas numa forte estrutura de segurança que impedirá futuras agressões.”
Pressão europeia
Na reunião em Washington, o chanceler alemão Friedrich Merz ecoou a posição de Kiev e reforçou a necessidade de interromper os combates antes de qualquer avanço diplomático. “Não consigo imaginar que a próxima reunião aconteça sem um cessar-fogo”, disse Merz. “Então, vamos trabalhar nisso e tentar pressionar a Rússia, porque a credibilidade desses esforços que estamos empreendendo hoje depende de pelo menos um cessar-fogo.”
Moscou reage com ironia
O documento ucraniano também cita o clima de desconfiança em Moscou. Segundo Kiev, veículos da mídia estatal russa vêm retratando Trump de maneira negativa, apesar de seus gestos em direção ao Kremlin. O apresentador Vladimir Solovyov, uma das vozes mais influentes da propaganda pró-Putin, chegou a zombar do presidente americano, dizendo que a Rússia poderia “destruir os EUA com armas nucleares” caso se sentisse ameaçada.
O que Kiev não aceita
A Ucrânia reitera que não concordará com nenhum acordo que envolva concessões territoriais à Rússia. O texto rejeita ainda a proposta feita por Putin a Trump no Alasca de congelar a linha de frente caso as tropas ucranianas se retirem de Donetsk e Luhansk, regiões parcialmente ocupadas. Para Kiev, isso criaria “uma base para um avanço rápido e contínuo das forças russas em direção à cidade de Dnipro” e permitiria que Moscou alcançasse seus objetivos “por outros meios”.
Além disso, o governo ucraniano insiste que Moscou deve arcar integralmente com os prejuízos causados pela guerra. Para isso, propõe o uso dos cerca de US$ 300 bilhões em ativos soberanos russos congelados no Ocidente. Segundo o documento, qualquer alívio nas sanções só poderá ser concedido caso a Rússia cumpra o acordo de paz e “jogue limpo”.
Com informações de Financial Times*
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