》Ataque a hospital em Gaza mata cinco jornalistas – Expresso Noticias
Vamos ao assunto:
O bombardeio atingiu profissionais da imprensa e equipes de resgate, evidenciando a vulnerabilidade de civis e jornalistas na região
Pelo menos 15 pessoas, entre elas cinco jornalistas, foram mortas neste domingo (25) durante um ataque israelense ao Complexo Médico Nasser, na cidade de Khan Yunis, no sul de Gaza. O episódio marca mais um capítulo na crescente violência contra profissionais da imprensa e civis palestinos, e foi transmitido ao vivo por televisão, chocando a comunidade internacional.
Entre os jornalistas mortos estão Hossam al-Masri, da Reuters; Mohammad Salama, da Al Jazeera; Maryam Abu Daqqa, do Independent Arabia e da Associated Press; e Muath Abu Taha, da NBC. Ahmad Abu Aziz, outro jornalista atingido, não resistiu aos ferimentos e faleceu posteriormente. A tragédia eleva para pelo menos 245 o número de jornalistas mortos em Gaza desde outubro de 2023.
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Um membro da Defesa Civil de Gaza também foi morto no ataque, enquanto outros ficaram feridos. As informações apontam que o primeiro ataque de drone atingiu o andar superior do hospital, onde os jornalistas estavam, e um segundo ataque atingiu diretamente a equipe de resgate que chegava ao local. As imagens ao vivo mostram trabalhadores da Defesa Civil sendo alvos enquanto tentavam salvar vítimas.
Contexto do ataque
O massacre em Khan Yunis ocorre em meio a uma campanha de ataques israelenses e destruição da infraestrutura civil na Cidade de Gaza. Na manhã da segunda-feira, enormes nuvens de fumaça foram vistas subindo sobre o bairro de Al-Zaytoun, enquanto as forças israelenses utilizavam robôs carregados de explosivos dentro de residências civis.
Como parte do plano de ocupação, Israel pretende deslocar quase um milhão de moradores da Cidade de Gaza, preparando o terreno para um ataque em larga escala.
Jornalistas como alvo
Israel tem sistematicamente atacado profissionais da imprensa desde o início da guerra em Gaza. Em 10 de agosto, seis jornalistas, incluindo Anas al-Sharif, da Al Jazeera, foram mortos em um ataque aéreo a uma tenda de imprensa no Hospital Al-Shifa, na Cidade de Gaza. O governo israelense acusou Sharif e outros profissionais de serem agentes do Hamas, justificativa frequentemente utilizada para atacar jornalistas.
O jornalista investigativo israelense Yuval Abraham revelou em 11 de agosto que a inteligência militar do país criou uma unidade especial chamada “Célula de Legitimização” com o objetivo de justificar ataques em Gaza, incluindo assassinatos de jornalistas.
“Após 7 de outubro, uma equipe chamada ‘Célula de Legitimização’ foi criada na AMAN”, disse Abraham, referindo-se à diretoria de inteligência militar israelense, que inclui a Unidade 8200. “Equipes de inteligência buscavam informações que pudessem ‘legitimar’ as ações do exército em Gaza, os lançamentos fracassados do Hamas, o uso de escudos humanos e a exploração da população civil. Uma missão primária… era encontrar jornalistas de Gaza que pudessem ser retratados na mídia como agentes do Hamas disfarçados”, acrescentou.
Ataques a hospitais
Além dos jornalistas, hospitais têm sido sistematicamente atacados desde o início da campanha israelense em Gaza. O Complexo Médico Nasser é apenas o mais recente alvo de uma estratégia que especialistas e observadores humanitários classificam como genocida, dada a intensidade e a frequência dos ataques contra civis e infraestrutura médica.
O ataque desta segunda-feira deixa clara a escalada da violência em Gaza e a vulnerabilidade de profissionais que trabalham para documentar os acontecimentos em meio a um conflito que já ceifou milhares de vidas e continua a provocar destruição generalizada.
Com informações de The Cradle*
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