Ministério Público da Espanha se manifesta contra libertação provisória de Daniel Alves
Órgão rechaça medidas cautelares, como apreensão do passaporte, comparecimentos diários perante o juiz e uso de pulseira eletrônica, que foram propostas pela defesa do lateral direito
O Ministério Público da Espanha se manifestou contrário à libertação provisória de Daniel Alves, informou o jornal local “El Periódico”, nesta segunda-feira, 6. De acordo com a publicação, o órgão já apresentou uma petição ao Tribunal de Instrução 15 de Barcelona solicitando que o jogador de 39 anos continue detido no Centro Penitenciário de Brians 2 — acusado de ter estuprado uma mulher de 23 anos, o atleta com longa passagem pela seleção brasileira está preso desde 20 de janeiro. Além disso, o MP rechaça medidas cautelares, como apreensão do passaporte, comparecimentos diários perante o juiz e uso de pulseira eletrônica, que foram propostas pela defesa do lateral direito. Os advogados do brasileiro, por sua vez, recorreram junto à Audiência de Barcelona da ordem da juíza de instrução do caso. O tribunal, agora, deverá decidir nos próximos dias sobre a situação do ídolo do Barcelona, levando em consideração petições apresentados pelo Ministério Público e pelos advogados da mulher que acusa o veterano.
Para tentar a liberação, a defesa de Daniel Alves alegou que o jogador tem residência na Catalunha e possui algumas empresas no país europeu. Outro argumento é o fato que o contrato com o Pumas (México) foi rescindido e, desta forma, o acusado não teria obrigação de retornar ao país norte-americano. A defesa ainda afirma que o atleta está disposto a entregar seu passaporte espanhol, pagar uma fiança elevada ou comparecer frequentemente ao tribunal e até usar tornozeleira eletrônica. Recentemente, os advogados também disseram que o brasileiro sofreu uma “queda significativa de renda” e não teria mais risco de fuga da Espanha.
O atleta com passagens por Sevilla, Barcelona, Juventus, PSG e São Paulo declarou, em seu depoimento inicial, que não conhecia a vítima. Depois, entretanto, o veterano mudou de versões e, por fim, reconheceu que teve relações sexuais com a jovem, mas de modo consensual. Segundo o advogado Cristóbal Martell, o ala não admitiu o contato com a mulher inicialmente para não revelar sua infidelidade — Dani Alves é casado com a modelo espanhola Joana Sainz desde 2017. A jovem de 23 anos, por sua vez, diz ter sido abusada e violentada pelo jogador em uma boate, no dia 30 de dezembro do ano passado, na Catalunha. Além do depoimento, ela conta com vídeos de câmeras de segurança do local e exames de corpo de delito para provar o crime — a mulher não busca ser indenizada.
*Com informações da Agência EFE