Atriz de ‘Ti-Ti-Ti’ lança nova canção e critica ‘tiktokização’ da música: ‘Antes era sobre dançar gostoso, não um senta-senta’
Em entrevista ao Pânico, Mayana Neiva revelou que sua carreira musical carrega influências dos anos 70 e da América Latina
A atriz Mayana Neiva foi a convidada do programa Pânico desta quarta-feira, 15. Conhecida por sua carreira como modelo e participações em novelas e séries — ela se destacou em “Ti-Ti-Ti”, da Globo —, a artista agora aposta na música com o quarto single original de sua carreira. Em entrevista, ela falou sobre o novo momento do mercado fonográfico e criticou a “tiktokização” da música. “Eu concordo, acho que a música está zoada mesmo. Está muito sobre uma coisa, a música de verdade era um enlevo sobre um apaixonamento, sobre um insight, sobre dançar gostoso com alguém, sentir a vida maior. Não um ‘senta-senta’. Essa distribuição digital de plataforma, TikTok, transformou a música num produto que para ser acessado precisa viralizar. E muitas vezes essas chaves não são a força, a autoria, a beleza, a arte”, desabafou. Em suas composições, Mayana diz buscar homenagear as mulheres do sertão nordestino e os ritmos da América Latina. “Durante a pandemia muita gente se reinventou, teve um mergulho interno onde muitas coisas vieram à tona. Para mim, surgiram projetos e uma vontade muito grande de botar para fora o meu lado musical. Mutável tem essa coisa dos metais [instrumentos de sopro], uma coisa mais setentinha. O álbum tem forró e uma viagem por ritmos da América Latina. Cumbia, afrocumbia, carimbó. Tem essa memória afetiva da América Latina”, acrescentou.
Com o uso das redes sociais, Mayana Neiva deu detalhes sobre como aproveita os momentos de sua vida pessoal. Para a atriz, há maior qualidade em aproveitar momentos únicos sem a presença de celular. “A gente é vítima de uma tensão fragmentada. Ela é tóxica para a nossa realidade, para a experiência de vida mesmo. Tem dias que você consegue ficar sem telefone, para mim é a vida analógica. Estar com uma pessoa sem me desmembrar em dez grupos de Whatsapp”, descreveu. “Tem uma qualidade de presença dentro da própria vida que está sendo atravessada por essa fragmentação social que é braba e em algum lugar irreversível. Você tem que ter políticas de aqui eu uso, aqui não uso”, concluiu.