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Defesa de Robinho se antecipa e diz que vai entregar passaporte do jogador voluntariamente

Mais cedo, o ministro Francisco Falcão, do STJ, havia ordenado que o MPF avaliasse o pedido da UBM (União Brasileira de Mulheres) para a apreensão do documento

Reprodução/Instagram/@robinho
Robinho foi condenado a 9 de anos de prisão por participar de um estupro coletivo na Itália

A defesa de Robinho informou ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ) nesta quinta-feira, 23, que o jogador se colocou à disposição para entregar seu passaporte às autoridades voluntariamente. De acordo com os advogados do ex-atleta da seleção brasileira, condenado pela Justiça italiana à nove anos de prisão por participar de um estupro coletivo, esta é uma forma de “mostrar a boa fé” do ídolo do Santos. No texto, o representante de Robinho ainda sugere entregar o documento à Polícia Federal da cidade de Santos. “Avaliamos que isso irá mostrar sua boa fé e a inexistência da vontade de se ausentar do país. Robinho continua a acreditar plenamente que obterá um julgamento justo. Para isso ficará no Brasil e aguardará com confiança o pronunciamento do Superior Tribunal de Justiça”, disse o advogado José Eduardo Alckmin, responsável pela defesa do atleta.

Mais cedo, o ministro Francisco Falcão, do STJ, havia ordenado que o Ministério Público Federal (MPF) avaliasse o pedido da UBM (União Brasileira de Mulheres) para a apreensão do passaporte de Robinho. O grupo, que atua como amigo da Corte no processo, considera que o jogador pode deixar o país enquanto as autoridades decidem se ele irá ou não cumprir a pena em território brasileiro. Inicialmente, a presidente do STJ, Maria Thereza de Moura Assis, havia recusado a solicitação da UBM. Posteriormente, entretanto, o requerimento passou para a relatoria do ministro Francisco Falcão, que liberou a participação da entidade na ação. Na terça-feira passada, vale lembrar, o magistrado havia dado 15 dias para a defesa do atleta contestar o pedido da Justiça italiana em transferir a punição no Brasil.

Como foi condenado em três instâncias pelo crime cometido contra uma jovem albanesa, na cidade de Milão, em 2013, Robinho não pode questionar o mérito da sentença. Os advogados, entretanto, tentam barrar o cumprimento da pena no Brasil. Ainda nesta quinta-feira, Francisco Falcão negou o pedido da defesa do atacante para que o governo italiano precisasse apresentar cópia integral traduzida do processo. O ministro do STJ considerou que a solicitação era uma tentativa de prolongar o andamento do processo. “O interessado foi regularmente representado por advogado por ele constituído, inexistindo razão para que se presuma, sem qualquer indicação precisa e objetiva, haver irregularidade no procedimento estrangeiro”, diz um trecho do despacho.

Publicamente, Robinho está se mantendo em silêncio desde que foi condenado em terceira instância. Além de não conceder entrevistas, o atacante com passagens por Real Madrid, Manchester City, Milan, Atlético-MG e outros clubes também não está publicando conteúdo nas redes sociais com frequência. Neste ano, por exemplo, o atleta não fez nenhuma postagem em sua conta no Instagram. Seus últimos registros são fotos das festas de fim de ano e uma homenagem a Pelé, além do apoio à reeleição de Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas urnas em outubro de 2022.