Ex-narrador da Globo detona emissora: ‘Só contrata preto, mulher e homossexual’
Jorge Vinícius afirmou que a emissora está colocando o talento como quarto critério para contratar novos funcionários
Narrador do Grupo Globo de 2010 a 2018, Jorge Vinícius teceu duras críticas ao atual modelo de contratação da emissora carioca. Em entrevista ao podcast “Parlando de Palmeiras”, concedida nesta quinta-feira, 27, o locutor afirmou que a empresa “perdeu a mão” na inclusão de pessoas pretas, mulheres e homossexuais. Segundo Jorge, a TV está colocando o talento como quarto critério para adquirir novos funcionários. “Hoje a Globo contrata preto, mulher e homossexual. O talento é o quarto plano hoje, essa é realidade. Perderam a mão. Sou favorável à inclusão. Não sou preconceituoso. Ao contrário! Tenho amigo gay, amigas mulheres. A Globo perdeu a mão completamente”, polemizou o atual narrador do Grupo Thati de Comunicação.
No entendimento do narrador, a qualidade do empregado tem que sobressair a questões étnicas ou sociais. “Quantos pretos não tivemos com histórias lindas e maravilhosas? Vou citar dois, um homem e uma mulher. Glória Maria, saudosa Glória Maria, o que representou essa mulher para o jornalismo? Preta, mas acima de mulher e acima de ser preta, ela tinha talento. Heraldo Pereira, esse cara é um monstro, é um jornalista acima da média. Sou fãnzaço dele. Quantas vezes ele esteve na bancada do principal produto da Globo em termos de jornalismo que é o Jornal Nacional”, pontuou Jorge.
Não faz sentido nenhum isso. É engraçado ver que a inserção de minorias na mídia incomoda homem branco htero, né?
A mídia sempre foi dominada pela mediocridade branca. Nunca foi sobre talento
Sem contar que não tem problema falar negro. Vídeo tenebroso pic.twitter.com/YwkC3NtYjM
— Levi Kaique Ferreira (@LeviKaique) April 28, 2023
Na entrevista, Jorge Vinícius ainda criticou algumas demissões feitas pela TV Globo. Recentemente, nomes importantes do Esporte foram desligados, como Galvão Bueno, Cléber Machado, Walter Casagrande, Maurício Noriega, entre outros. “O trabalho de inclusão é importante? É. Tínhamos pouco? Tínhamos, concordo. Mas não vamos perder o foco. Em qualquer atividade, primeiro, o talento. Se não você gera outro preconceito. A Globo perdeu tanto a mão nesse aspecto de inclusão que agora existe o etarismo. Será que eles não estão enxergando ou não estão preocupados? Cortaram altos salários, que é questão de administração, mas uma coisa que não é legal é mandar embora pessoas que completam 50 anos, 55 anos, 60 anos… A Globo tá mandando embora gente de qualidade ainda que tem muito para dar”, completou.