Ministério Público investiga contratação de Simone e Simaria para show em Bom Jesus
Prefeitura de cidade do Rio Grande do Sul diz que o pagamento do show, marcado para acontecer na Festa da Gila e do Queijo Artesanal Serrano, não é retirado do orçamento municipal
O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) decidiu investigar a contratação de um show da dupla Simone e Simaria marcado para acontecer no dia 15 de julho na Festa da Gila e do Queijo Artesanal Serrano, em Bom Jesus. Em nota enviada à Jovem Pan nesta segunda-feira, 6, o MP-RS informou que “vai instaurar um procedimento para apurar se houve irregularidade na contratação da dupla”. “É importante que fique claro que fiscalizar órgãos públicos é uma das funções do MP. Por ora, não há indícios de irregularidades. É uma investigação de rotina”, pontuou o órgão. As cantoras teriam recebido um cachê de R$ 380 mil para se apresentar no evento.
A Prefeitura de Bom Jesus disse, em nota, que o evento “atingiu patamar de nível nacional, desde que foram realizados shows de grande projeção” e, como exemplo, citou que a festa já contou com a participação de Milionário e José Rico (2013), Chitãozinho e Xororó (2014), de Michel Teló (2015), Munhoz e Mariano (2017) e Marcos e Belutti (2019): “O pagamento de tais shows não é retirado do orçamento municipal. No evento de Bom Jesus, haverá a cobrança de ingressos e a estimativa da comissão organizadora é de que se obtenha receita suficiente para a cobertura integral dos eventos que promovem a festa e o Município por todo o país”. Os ingressos giram em torno de R$ 60 a R$ 250.
Também foi informado pela prefeitura que “a maioria dos estandes da presentes na festa deste ano já foi vendida pela comissão organizadora”, sendo essa outra receita que ajudaria a cobrir os custos do evento. A Jovem Pan entrou em contato com a assessoria da dupla Simone e Simaria, mas ainda não obteve retorno. Na Bahia, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) cancelou a Festa da Banana de Teolândia no último domingo, 5, dia em que o cantor Gusttavo Lima, que foi contratado por R$ 704 mil, ia se apresentar. A suspensão do evento aconteceu após o Ministério Público entrar com uma ação contra a festa, alegando que o valor de R$ 1,2 milhão gasto com os cachês dos artistas é superior à quantia que a prefeitura recebeu do governo federal para lidar com os danos causados pelas chuvas em dezembro do ano passado.