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Após 20 anos, Marta se despede das Copas do Mundo de futebol feminino

Rainha do Futebol deixa os Mundiais após a eliminação do Brasil de forma precoce na fase de grupos

EFE/EPA/JOEL CARRETT
Marta fez sua última Copa do Mundo na Austrália e Nova Zelândia

Marta Vieira da Silva é sinônimo de excelência. A alagoana de Três Riachos iniciou no mundo do futebol feminino ainda menina e hoje se despede como a maior estrela da modalidade. Seis vezes eleita a melhor jogadora do mundo, vice-campeã mundial e duas vezes medalha de prata em Olimpíadas, Marta é reconhecida como Rainha e assim será nos livros de história. Infelizmente, depois de seis edições de Copa do Mundo, ela se despediu da competição nesta quarta-feira, 2, após a eliminação do Brasil de forma precoce na fase de grupos do Mundial da Austrália e Nova Zelândia. Ainda teremos o prazer de vê-la em campo por mais uma temporada com o Orlando Pride, dos EUA. Mas você conhece a história da nossa realeza? Marta nasceu em 1986, em Alagoas, e começou a jogar futebol no Centro Esportivo Alagoano (CSA) aos 13 anos. Um ano depois, se transferiu para o Vasco, do Rio de Janeiro, onde iniciou sua carreira profissional. Foram dois anos na equipe até ser emprestada para o Santa Cruz, de Minas Gerais.

Em 2004 teve seu primeiro desafio internacional ao fechar com o Umea, da Suécia. Lá venceu uma Champions League, quatro campeonatos nacionais e duas copas, sendo eleita em 2006 pela primeira vez a melhor jogadora do mundo pela Fifa – prêmio que repetiu nos quatro anos seguintes. Teve uma breve passagem pelo Los Angeles Sol (EUA) e foi parar no Santos, de Pelé, em 2009. Foi campeã da Libertadores e da Copa do Brasil, jogou pelo Gold Pride (EUA) em 2010 e no fim do ano retornou ao Santos. Ainda defendeu o New York Flash e em 2012 voltou à Suécia para jogar pelo Tyresö FF. Em 2014 se transferiu para o FC Rosengard (Suécia) e em 2017 fechou com o Orlando Pride, equipe que defende atualmente e onde ganhou seu último troféu de melhor do mundo, em 2018. Podem parecer estranhas as passagens de Marta pela Suécia, mas o país da técnica da seleção brasileira Pia Sundhage já teve o principal campeonato da Europa, apesar de hoje não viver seu melhor momento.

Além de ter grande destaque nos clubes em que passou, Marta foi uma enormidade na seleção brasileira. Ela chegou à Amarelinha em 2003 nos Jogos Pan-Americanos, em que o Brasil foi ouro. Foi artilheira com 12 gols e estreou na Copa do Mundo logo em seguida. De lá para cá, se passaram 20 anos e seu auge em Mundiais foi em 2007. Na edição da China, foi artilheira com 7 gols e eleita a melhor jogadora, marcou o segundo gol mais bonito da história das Copas na semifinal contra os EUA e levou o Brasil até a final inédita. Mesmo o segundo lugar não apagou seu feito e, em 2015, ela se tornou a maior artilheira da história das Copas femininas. Mas não era o bastante e na Copa de 2019, Marta se tornou a maior artilheira da história das Copas, entre homens e mulheres, passando Miroslav Klose com 17 gols. A camisa 10 também é a maior artilheira da história da seleção brasileira com 119 gols.

Referência para gerações

Com todo o seu histórico de títulos e luta, não dá para negar que Marta é uma referência para toda uma geração de meninas que sonhavam em jogar futebol. Não só para brasileiras, mas para garotas de outros países. Alex Morgan, estrela da seleção dos EUA, já chegou a dizer que ela é uma das maiores da história. Sophie Smith, jovem revelação da seleção norte-americana, declarou recentemente que a brasileira a fez iniciar no esporte e que “não existe ninguém como ela”. Durante esta edição da Copa, a atacante portuguesa Jessica Silva fez elogios fervorosos a Marta nas redes sociais. “Vi Marta jogar, vi a Popp jogar .. agora posso dormir. É sobre elas que os livros vão falar. Lendas!”, escreveu a atleta. Na seleção brasileira, a atacante é unanimidade entre as companheiras. Kerolin e Ary Borges são fãs de carteirinha e disseram que jogariam para ela nessa Copa. Em 2019, ficou famosa a frase “chorem no início para sorrir no final” após a eliminação do Brasil para a França nas oitavas de final. Hoje, Marta pode sorrir por tudo o que deixa na modalidade.