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Após ataques a Vinicius Júnior, Brasil vai pressionar Ministério Público da Espanha por medidas antirracistas

‘Não dá para ficar só na nota de repúdio, sem ação concreta’, disse Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial

JOSE JORDAN/AFP
Vinicius Júnior aponta para a arquibancada após ter ouvido insultos racistas no estádio Mestalla, do Valencia

A ministra da Igualdade Racial no Brasil, Anielle Franco, disse que o país vai pressionar o Ministério Público da Espanha para que as autoridades locais daquele país se manifestem e investiguem os atos de racismo contra o jogador de futebol Vinicius Júnior ocorridos neste final de semana, durante jogo do Campeonato Espanhol. “A gente vai, através do Ministério Público, notificar para que seja investigada a La Liga [entidade responsável pelo torneio de futebol na Espanha]. Não dá para a gente ficar só na coisa do ‘repudiamos’ e em nota sem ação concreta. Agora, a gente vai para cima com o Ministério Público de lá para que eles [responsáveis pelo Campeonato Espanhol] sejam notificados e investigados”, disse Anielle.

A ministra iniciou o movimento de condenação dos atos racistas contra o atleta brasileiro e classificou o episódio como “inadmissível”. “Enquanto tiver sangue correndo nas minhas veias, enquanto estiver à frente desta pasta da Igualdade Racial, a gente vai cuidar do povo brasileiro preto, seja aqui, seja fora do país. Porque se tem uma coisa que assola a nossa comunidade preta é o racismo. E esse mal é um caso que a gente precisa combater na raiz”, afirmou a ministra. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também condenou os atos, solidarizou-se com o atleta brasileiro e cobrou providências da liga espanhola de futebol contra o racismo.