Clube Pinheiros nega injúria racial em jogo de basquete da sub-13
Diretor executivo se pronunciou sobre o caso do último domingo, 18, pela primeira vez nesta quinta-feira, 22
Um suposto caso de injúria racial teria acontecido no último domingo, 18, durante um jogo de basquete das equipes sub-13 no Esporte Clube Pinheiros, clube nobre da capital paulista. O jogo era entre Palmeiras e Pinheiros. O clube visitante alega que um dos atletas sofreu injúria racial durante a partida. A comissão técnica palmeirense decidiu então tirar a equipe de quadra, e a partida contra os donos da casa acabou suspensa. Segundo o Palmeiras, a mãe do atleta procurou a polícia e registrou um boletim de ocorrência. O clube entrou em contato com a Federação Paulista de Basquete para pedir providências em relação ao caso. Nesta quinta-feira, 22, o Esporte Clube Pinheiros se pronunciou pela primeira vez desde o ocorrido.
O diretor executivo de esportes do clube Fábio Ferraro disse que a relação entre os dois clubes sempre foi muito boa e que não houve, de forma nenhuma, injúria racial. “No final do jogo, faltando dois a três minutos de jogo, um menino do Palmeiras, que inclusive conhece o menino do Pinheiros, fez uma falta um pouco mais bruta, tanto que o menino do Pinheiros caiu, bateu a cabeça e ficou apagado por um tempo. Nesse momento, com o clima já um pouco mais acalorado, uma pessoa da torcida do Pinheiros gritou: “Que animal”. A palavra animal, no meu entendimento, foi sobre a brutalidade, da falta, da força da falta. E, aí, teve alguma outra conotação. Então, tirou o foco do que importa, que é o jogo das crianças, uma palavra solta, talvez inadequada, em um momento acalorado”, declarou o diretor.
Depois do jogo o atleta do Pinheiros foi levado ao hospital. Ele passa bem. Fábio Ferraro explica que o Esporte Clube Pinheiros vai conversar com a torcedora em questão, para que casos semelhantes não se repitam. Ele ressalta ainda que o esporte, mais do que lazer, serve para construir valores, como disciplina, ética, trabalho em equipe, além de ajudar a montar o caráter de uma criança e de um adolescente. “No esporte, você está criando crianças, você está formando. Muitos deles não vão se tornar atletas, mas vão se tornar, provavelmente, um melhor cidadão depois de praticar o esporte”, disse. Em nota, a Federação Paulista de Basquete repudia qualquer ato de racismo e discriminação em qualquer instância. Como é um caso de polícia, somente depois do inquérito instaurado, a federação vai poder entrar com uma punição, seja para o clube ou para a torcedora.
*Com informações do repórter Victor Moraes