Fifa utilizará tecnologia semiautomática de impedimento na Copa do Catar; entenda
As comissões de arbitragem, desta forma, terão um recurso que visa dar mais agilidade às partidas e diminuir o tempo de checagem do VAR
A Fifa anunciou nesta sexta-feira, 1º, que a tecnologia semiautomática e a inteligência artificial serão utilizadas para detecção de impedimento durante a disputa da Copa do Mundo de 2022, que acontecerá entre 21 de novembro e 18 de dezembro, no Catar. As comissões de arbitragem, desta forma, terão um recurso que visa dar mais agilidade às partidas e diminuir o tempo de checagem do VAR – o aparelho já foi usado na última edição do Mundial de Clubes de 2021 e na Copa do Emir. O “impedimento semiautomático” promete decisões certeiras a respeito de marcações difíceis dentro de 20 a 25 segundos. De acordo com a entidade que rege o futebol, com o árbitro de vídeo, o tempo médio é de 70 segundos. A implementação do mecanismo envolverá uma série de adaptações que vão do estádio à bola utilizada nas partidas.
“Estamos cientes de que, às vezes, o processo de verificação de um impedimento leva muito tempo. É aqui que entra a tecnologia, para oferecer decisões mais rápidas e precisa”, disse Pierluigi Collina, presidente do Comitê de Arbitragem da Fifa. “Os testes foram um sucesso e estamos muito confiantes de que, no Catar, teremos uma ferramenta de apoio muito valiosa para ajudar os árbitros e árbitros assistentes a tomar a melhor e mais correta decisão em campo. Eu sei que já chamaram isso de ‘impedimento robô’, mas não é. Os árbitros e os árbitros assistentes ainda são responsáveis pela decisão no campo de jogo”, completou.
Oficial: tecnologia semiautomática para marcação de impedimentos será usada na Copa do Mundo, após testes com sucesso na Copa Árabe e no Mundial de Clubes. pic.twitter.com/Rvyoeq2rBM
— Leonardo Bertozzi (@lbertozzi) July 1, 2022
COMO FUNCIONA
Os estádios serão equipados com 12 câmeras superiores para rastrear a bola e a posição exata dos jogadores, com capacidade de diferenciar 29 pontos específicos do corpo de cada atleta, 50 vezes por segundo. A bola, por sua vez, terá um sensor instalado em seu centro para determinar o momento exato em que o autor do passe fez o contato com ela. Ou seja, o sistema automático promete juntar as duas informações primordiais para a marcação do impedimento: a posição do jogador que recebeu a bola e o instante do passe. Uma vez percebida a irregularidade, os dados serão processados por uma inteligência artificial que enviará um alerta à sala da equipe de arbitragem de vídeo. Os árbitros, então, vão checar a posição e a linha de impedimento, ambos gerados automaticamente, substituindo o atual traçamento manual de linhas, antes de comunicar a decisão ao árbitro de campo. Depois, uma animação 3D será gerada com base nesses dados e exibida nos telões dos estádios e nas transmissões televisivas, no intuito de deixar o processo mais transparente. Isso, contudo, não ocorrerá logo após o lance. As imagens só devem aparecer ao público na paralisação seguinte ao impedimento.
*Com informações do Estadão Conteúdo