‘Grande craque, mas está preocupado com o que falam dele’, opina Edmundo sobre desempenho de Neymar
Em entrevista ao Pânico, o ex-atleta opinou sobre a ida do craque ao PSG: ‘Projeto que não está dando muito certo em um país que não parece gostar muito de brasileiros’
Nesta sexta-feira, 5, o programa Pânico recebeu o ex-jogador de futebol Edmundo. Em entrevista, ele opinou sobre o desempenho de Neymar no PSG e na seleção brasileira. “Acho que o Neymar é um grande craque, mas está muito preocupado com o que as pessoas falam dele. Como ele é um fenômeno de redes sociais, quando ele responde cria uma briga sem querer. Acho que ele fez uma escolha errada em sair do Barcelona, foi para um projeto que não está dando muito certo em um país que não parece gostar muito de brasileiros”, disse. “Na seleção brasileira ele é imprescindível, é o craque da nossa seleção. Nos últimos dois mundiais que ele jogou, ele não foi bem. Ele é craque. Se ele jogar só futebol, o Brasil tem uma seleção excelente. Ele é consagrado, não conheço bem ele, mas acredito que exista um conflito dentro dele mesmo. A gente quer ele como jogador de futebol”, seguiu o ídolo de Vasco e Palmeiras.
Famoso pelo seu desempenho na Copa do Mundo de 1998, Edmundo comparou a atuação da seleção brasileira dos últimos anos para a de sua época. Para ele, houve uma evolução, mas outros pontos deixam a desejar. “Evoluiu, a gente tem que acompanhar a evolução dos tempos, mas tem algumas coisas que poderiam ser antigas. O Brasil ficou cinco anos sem fazer um gol de falta. Na minha opinião, é porque não se treina mais falta com exaustão como antes”, explicou. O atleta sugeriu que a mudança dos modelos de contrato dos jogadores podem ser cruciais para a criação de zonas de conforto entre os esportistas. “Tem bastante gente que joga com raça, o problema é que na nossa época os contratos eram anuais. Você tinha que performar para ter aumento no ano seguinte. Hoje, os contatos são longos, de quatro, cinco e seis anos. Jogar no Brasil é sacrificante, uma cobrança de quarta a domingo de jogar sempre bem, não pode fazer nada, não pode ter vida social. Você é meio que um escravo durante um período”, acrescentou. O “Animal”, como é conhecido, ainda esclareceu sua rivalidade com o ex-jogador e atual senador Romário (PL-RJ). “Crescemos, ele me ajudou bastante. Quando a gente virou profissional e ele voltou para o Brasil, a gente percebeu que começamos a ter uma rivalidade, seja por vaga na seleção, ou disputando uma menina na noite. A gente começou a ter atritos, tipo besteira”, relembrou. “É exemplo mesmo, ele era mais famoso do que eu, principalmente ali em 1995 e 1996, as pessoas pediam foto e ele dizia ‘não, estou almoçando’. Hoje, a gente não convive diariamente, só na praia, mas é de boa. Eu sigo meu caminho e ele segue o dele, está tudo bem”, concluiu.