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Minutos após voltar a chamar Hermoso de mentirosa e falar que ela foi ‘abduzida’, federação espanhola tira comunicado do ar

Publicação dizia que medidas jurídicas seriam tomadas contra a atleta, que recebe apoio de técnicos da base e integrantes da equipe campeã da Copa do Mundo de 2023

EFE/Women´s Cup Bruno Rattazzi
Apoio a Jennifer Hermoso após assédio no final da Copa do Mundo Feminina 2023

Após a Fifa suspender Luis Rubiales, presidente da Federação Espanhol de Futebol (RFEF), a federação voltou a afirmar, neste sábado, 26, que Jenni Hermoso está mentindo em suas declarações, e até chegou a declarar que a jogadora foi ‘abduzida Sindicato FutPro’. Contudo, minutos depois tirou a publicação do ar. “Uma vez comprovado pela RFEF que a jogadora Jennifer Hermoso mentia nas declarações que prestou, através do Sindicato FutPro, tomamos conhecimento de uma nova declaração – agora, da jogadora – onde, em texto claramente elaborado por terceiros, mente em todas as declarações que faz contra o presidente, como teremos a oportunidade de provar no momento oportuno”, afirma o comunicado do órgão federativo, que também informava que Pedro Rocha Junco, vice-presidente, assume interinamente o cargo principal durante o período de suspensão. Membros da comissão técnica de Jorge Vilda (treinador da seleção feminina), assim como representantes das categorias de base, pediram demissão de seus cargos nesta tarde, em apoio a Hermoso.

Na nota, a federação indica ainda que dispõe de “todos os laudos e perícias pertinentes que comprovam o que o presidente afirmou e que vamos tomar as ações judiciais correspondentes contra todas aquelas pessoas que falsificam a realidade e cometem crimes gravíssimos”. A RFEF alegou ainda que nas declarações à imprensa na noite do jogo da final da Copa do Mundo, quando questionada sobre o beijo na boca que recebeu do dirigente durante a premiação, Hermoso havia consentido com o gesto e que também o encarava como “uma anedota” que atribuiu à “efusividade” e ao “momento”. Por essa razão, a organização salientava que “é extraordinariamente incompreensível” que a jogadora “afirme agora naquele elaborado comunicado que considera as referidas anedotas como um ‘abuso em que não houve consentimento’, sentindo-se ‘vulnerável e vítima de agressão, um ato impulsivo e machista fora do lugar e sem qualquer consentimento da minha parte’”.

“As graves contradições no relato inicial do ocorrido – que são reveladas no relatório de integridade – e as graves acusações feitas pela senhora Hermoso desde que foi abduzida pelo Sindicato FutPro nos levam a nos perguntar a quais interesses responde à surpreendente mudança na versão inicial e na qualificação dos fatos”, acrescentava a RFEF. “Os fatos são o que são; e, por mais declarações que queiram fazer para distorcer a realidade, é impossível mudar o que aconteceu. O beijo foi consentido. O consentimento é dado no momento com as condições do momento. Mais tarde pode-se pensar que alguém errou, mas não se pode mudar a realidade”, concluía a federação no comunicado agora anulado.

*Com informações da EFE