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Palmeiras rebate CBF com questionamentos sobre arbitragem, nega xenofobia de auxiliar e diz confiar no STJD

A ‘guerra’ entre Verdão e a entidade brasileira ganhou um novo capítulo na tarde desta segunda-feira, 3

Reprodução/Twitter/@Palmeiras
Leila Pereira é a atual presidente e patrocinadora do Palmeiras

A “guerra” entre Palmeiras e Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ganhou um novo capítulo na tarde desta segunda-feira, 3. Após a entidade afirmar que o auxiliar João Martins proferiu um “desfile de grosserias” e até cometeu xenofobia em entrevista coletiva, o Verdão respondeu com questionamentos. Em nota oficial, o clube paulista perguntou o motivo do órgão atacar o assistente de Abel Ferreira e recordou algumas polêmicas de arbitragem. No comunicado, o Alviverde também negou qualquer fala preconceituosa do lusitano. “Por que a opinião de um profissional português sobre o futebol brasileiro causou tanto desconforto à CBF se a própria entidade, como é de conhecimento público, busca um treinador estrangeiro para comandar a seleção brasileira? Qual teria sido a conduta ‘xenofóbica’ de João Martins? Elogiar a qualidade dos jogadores brasileiros?”, questionou.

Em seu texto, a CBF também declarou que “nunca a entidade investiu tanto no aprimoramento da arbitragem”. Além disso, a Confederação prometeu levar a declaração do profissional do Palmeiras ao presidente e procurador do STJD – na entrevista, João Martins disse que há um “esquema” para fazer com que o Alviverde não ganhe o segundo Brasileirão consecutivo. Para rebater o órgão, o Verdão ironizou a evolução da arbitragem no país. “Se a gestão da Comissão de Arbitragem investe tanto assim em tecnologia, por que o nosso VAR é incapaz de apontar objetivamente se uma bola ultrapassou ou não a linha de gol, como aconteceu no recente duelo entre Palmeiras e Bahia, pelo Brasileiro?”. Além disso, o clube prometeu confiar no julgamento do STJD. “Confiamos na independência do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), evocado pela CBF, e temos convicção de que o órgão dará ao auxiliar João Martins o tratamento equilibrado que lhe compete.”

Confira a nota do Palmeiras na íntegra:

Diante da agressiva nota oficial divulgada nesta segunda-feira (3) pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a Sociedade Esportiva Palmeiras propõe alguns questionamentos, sempre no sentido de defender os direitos do clube e contribuir com a melhora do produto futebol:

– Por que o comunicado da CBF é endereçado exclusivamente ao Palmeiras, sendo que profissionais de outra equipe da Série A fizeram, também ontem, comentários semelhantes aos do auxiliar técnico João Martins?

– Por que a opinião de um profissional português sobre o futebol brasileiro causou tanto desconforto à CBF se a própria entidade, como é de conhecimento público, busca um treinador estrangeiro para comandar a Seleção Brasileira?

– Qual teria sido a conduta “xenofóbica” de João Martins? Elogiar a qualidade dos jogadores brasileiros?

– Se a gestão da Comissão de Arbitragem investe tanto assim em tecnologia, por que o nosso VAR é incapaz de apontar objetivamente se uma bola ultrapassou ou não a linha de gol, como aconteceu no recente duelo entre Palmeiras e Bahia, pelo Brasileiro?

– Por que o atleta Zé Ivaldo, do Athletico-PR, não foi expulso ontem, após acertar uma cotovelada na nuca do atacante Endrick, em lance revisado pelo VAR?

– Por que no jogo entre Palmeiras e São Paulo, pela Copa do Brasil de 2022, o VAR não traçou a linha de impedimento no lance que originou o gol do nosso adversário e que nos custou a eliminação? Por que a imagem da revisão desta jogada sumiu?

– Por que a Comissão de Arbitragem da CBF, presidida por Wilson Seneme, nunca pediu desculpas ao Palmeiras pelo erro grave cometido pelo VAR na Copa do Brasil do ano passado?

– Por que o Palmeiras, na rodada seguinte após a mais recente Data Fifa, não pôde contar com nenhum de seus três atletas convocados para a Seleção Brasileira?

A Sociedade Esportiva Palmeiras, ao longo dos anos, sempre se preocupou em construir uma relação de saudável parceria com a Confederação Brasileira de Futebol. Há cerca de três semanas, a presidente Leila Pereira esteve na sede da entidade, no Rio de Janeiro (RJ), para conversar com Wilson Seneme, de quem ouviu a promessa de melhorias imediatas na arbitragem.

Na semana seguinte, o vice-presidente da Comissão de Arbitragem, Emerson Carvalho, e o gerente técnico do VAR, Periclés Bassols, chegaram a realizar uma palestra para os profissionais do clube na Academia de Futebol, também com a presença da presidente Leila Pereira.

Contudo, diante da nota oficial divulgada pela CBF e dos reiterados erros graves cometidos contra o Palmeiras, entendemos ser este o momento oportuno de demonstrar, em público, a nossa indignação. Não queremos ser beneficiados, mas exigimos que as regras sejam aplicadas com isonomia.

Confiamos na independência do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), evocado pela CBF, e temos convicção de que o órgão dará ao auxiliar João Martins o tratamento equilibrado que lhe compete.